São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 1995
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Prefeitura de SP interdita Assembléia Legislativa

VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo interditou o Palácio Nove de Julho, sede da Assembléia Legislativa do Estado. O deputado Roberto Trípoli (PSDB), presidente da Assembléia, recebeu o ofício com a interdição às 19h de ontem. O documento determinava "a imediata desocupação" do edifício.
A partir de hoje estão proibidas todas as atividades na Assembléia -desde entrada de funcionários ou deputados até a realização de sessões plenárias.
Segundo o secretário municipal da Habitação, Lair Krahenbuhl, o prédio foi interditado por não apresentar condições de segurança.
São quatro os principais problemas, segundo o secretário: instalações elétricas irregulares, falta de gerador para fazer soar o alarme de incêndio e acionar a iluminação de emergência, falta de rota de fuga sinalizada no sexto andar e tanques de combustível localizados em local que oferece perigo.
A partir de hoje, qualquer problema que ocorra no prédio será responsabilidade do presidente da Casa e da Mesa Diretora.
Caso o deputado Roberto Trípoli decida manter as atividades normais da Assembléia, o secretário Krahenbuhl registrará na polícia, às 15h de hoje, um boletim de ocorrência (BO) por desobediência.
O prédio da Assembléia também foi incluído em uma relação de 183 imóveis irregulares, divulgada na última segunda-feira. Todas as edificações que figuraram na lista publicada no "Diário Oficial" tiveram seu fechamento administrativo determinado.
O fechamento administrativo é um passo, burocrático, que antecede a interdição.
"A resposta à nossa notificação foi um ofício do deputado Roberto Trípoli pedindo 120 dias para realizar as obras. Está caracterizado risco de incêndio. Não é possível esperar mais", disse o secretário.
A solução apontada por Krahenbuhl para não interromper os trabalhos parlamentares seria a interdição parcial do prédio. "A Assembléia fecha os gabinetes dos deputados durante as obras e mantém aberto o plenário para votações", afirmou.
Além da Assembléia Legislativa, o Contru interditou ontem o clube Tietê (os restaurantes), a Tapeçaria Chic (na Mooca, zona leste), a garagem Major Diogo (região central) e o edifício São João (onde funcionava a agência de turismo Agaxtur).

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