São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 1995
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Viola já pensa em retornar ao Brasil

Atacante acusa imprensa espanhola

GILBERTO CAMARGO
DO NP

O atacante Viola, 26, que se transferiu em agosto para o Valencia (Espanha), admite que está atravessando sérios problemas de adaptação e já fala em voltar ao Brasil.
Pergunta - É verdade que você está passando fome na Espanha?
Viola - Estou sentindo muito a mudança da alimentação. A comida espanhola tem um tempero mais forte do que a brasileira.
Mas o maior problema é na concentração. Servem uma comida balanceada e a quantidade é bem pouca, para evitar que o jogador ganhe peso. Aí, levo bolachas e iogurtes para completar.
Pergunta - Mas, em casa, você não se alimenta melhor?
Viola - Em casa, sim. A Leila (namorada do atacante) é boa cozinheira, faz macarronada e tudo de que eu gosto.
E eu também costumo jantar em restaurantes internacionais. Quando eu saio, como o que quero.
Folha - E as saudades da sua filha e da sua mãe estão prejudicando seu rendimento?
Viola - Sempre procurei separar os problemas pessoais dos profissionais, mas está muito difícil viver longe da minha família. A única maneira de diminuir as saudades é pelo telefone.
Pergunta - Comentaram no Brasil que você foi muito vaiado pela torcida do Valencia contra o Zaragoza, no domingo passado. É verdade?
Viola - Não é verdade. Não fui vaiado. Jogando bem ou mal, nunca fui vaiado pelos torcedores aqui na cidade.
A torcida gosta muito de mim, principalmente as crianças.
O problema é que não me relaciono bem com parte da imprensa daqui, que prefere os jogadores espanhóis. Como não gosto de traíras, não converso com esses caras.
Pergunta - Como você recebeu a notícia de que o Valencia já estaria pensando em negociar seu passe?
Viola - Tenho certeza de que isso não é verdade. Mas, se for e quiserem me vender para algum time do Brasil, ficaria feliz.
Pergunta - Então você já pensa em voltar ao Brasil?
Viola - Estou tentando me adaptar e cumprir meu contrato. Quero fazer um bom trabalho e mostrar o meu futebol aqui na Espanha.
Mas não vou mentir. Se tivesse oportunidade, gostaria de retornar.

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