São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 1995
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Encontro e convergência

O manifesto assinado conjuntamente por Vicentinho, da CUT, e Mário Amato, da CNI, defendendo a estabilidade da moeda como "um meio e não um objetivo em si mesmo", diz muito do momento atual. Afinal de contas, a história dessas duas personalidades políticas não prima exatamente pela convergência dos posicionamentos.
Tão importante quanto o manifesto é o fato de sua divulgação ocorrer ao final de um seminário organizado em conjunto pelas duas entidades em São Paulo.
"A ideologia desapareceu. É preciso que empresários e trabalhadores participem das decisões juntamente com o governo, que não pode agir sozinho", afirmou Mário Amato. Capital e trabalho preparam-se para participar de um fórum comum, onde estará em pauta o futuro do mercado de trabalho.
O Conselho Nacional do Trabalho, que começa a funcionar daqui a cerca de um mês, tem diante de si um desafio histórico. Já não se trata apenas de reclamar flexibilidade na política econômica ou de defender políticas de geração de emprego. É a própria estrutura do mercado de trabalho que está em questão.
Ocorre que as mudanças de longo alcance hoje necessárias na regulamentação das relações entre capital e trabalho exigem antes de tudo uma negociação aberta e objetiva. Talvez o arrocho monetário e o desaquecimento econômico, que sem dúvida animam o encontro, criem ao mesmo tempo algo mais, uma convergência rumo a mercados mais flexíveis, melhor distribuição de renda e mais empregos.

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