São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 1995
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Aspirina pode evitar dano de infarto

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A aspirina pode evitar ataques cardíacos severos e, a longo prazo, os danos causados por eles.
A conclusão, de estudo realizado por pesquisadores do Instituto do Coração, em Montreal (Canadá), e do Hospital Geral de Vall d'Hebron (Espanha), será publicada na próxima segunda-feira na revista "Circulation", editada pela Associação do Coração dos EUA.
Os pesquisadores acompanharam 539 pacientes admitidos no hospital espanhol entre outubro de 91 e março de 93.
A esses pacientes, que entraram no hospital com ataque cardíaco ou sintomas de embolia (entupimento de um vaso sanguíneo), foi perguntado se haviam tomado comprimidos de aspirina nas últimas semanas: 214 disseram que sim, e 325 disseram que não haviam tomado o medicamento.
Segundo Pierre Théroux, um dos autores do estudo, não foi determinada a quantidade de comprimidos que cada paciente havia tomado antes dos ataques.
Alguns pacientes disseram que haviam tomado pequenas doses diárias, enquanto outros afirmaram ter tomado doses grandes.
"Mesmo assim, a aspirina mostrou-se eficaz, porque o evento teria sido mais severo sem ela", afirmou o pesquisador Théroux.
Alguns médicos recomendam que homens e mulheres acima de 50 anos tomem um comprimido de aspirina a cada dois dias, a fim de reduzir os riscos de doenças cardiovasculares.
Câncer de intestino
No último dia 7, pesquisa publicada na revista "New England Journal of Medicine" sugeria que tomar entre quatro e seis comprimidos de aspirina por semana pode ajudar a evitar câncer no intestino. Essa dosagem seria ligeiramente superior à já recomendada para problemas cardiovasculares.
O estudo, que durou 19 anos e acompanhou 89 mil mulheres nos EUA, parece ter confirmado hipóteses anteriormente levantadas por pesquisadores.
A aspirina tem como princípio ativo o ácido acetilsalicílico. Cientistas descobriram este ano como essa substância age no corpo.
Recomendada para reduzir febres (como antipirético) e dores musculares (como analgésico), a aspirina bloqueia a produção de substâncias produzidas em resposta à invasão de vírus (como o da gripe) e em lesões musculares, chamadas prostaglandinas.
Os resultados dessa pesquisa foram publicados na revista "Nature Structural Biology".

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