São Paulo, sábado, 30 de setembro de 1995 |
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Ação judicial pede documentos do Dops
DENISE MADUEÑO
Apenas parte desses documentos foi entregue, no mês passado, ao governo goiano. Os arquivos foram repassados para a UFG (Universidade Federal de Goiás). O comandante da 3ª Brigada de Infantaria Motorizada, Décio da Silva Gonçalves, afirmou que em 1982, quando os arquivos foram para aquele órgão, uma parte foi para o Exército e outra para o escritório local do extinto SNI (Serviço Nacional de Informações), hoje SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos). A declaração do general foi feita no mês passado à "TV Brasil Central" e reproduzida ontem pelo jornal goiano "Diário da Manhã". Para ele, não havia uma ordem do Exército para a divisão dos documentos porque os arquivos eram da competência dos Estados. A assessoria da 3ª Brigada informou ontem que não faria mais comentários sobre a questão, porque considera o assunto encerrado. Os arquivos entregues à UFG continham nomes de fichados pelo Dops com referência a números de pastas e dossiês que não estavam entre os documentos. As atas de catalogação do arquivo, redigidas por professores da UFG e policiais civis, servirão de prova para a ação judicial. "Ficou evidente a supressão dos documentos do arquivo. Não vamos servir de fachada de legalidade. O Exército deu a impressão de ter entregue todo o arquivo, mas a realidade foi outra", diz o procurador-geral de Goiás, Demóstenes Xavier Torres. O grupo Tortura Nunca Mais de Goiás vai fazer uma manifestação na segunda-feira, na coordenadoria da SAE em Goiás, pedindo a entrega dos documentos. "Queremos a abertura ampla e irrestrita dos arquivos da ditadura agora", afirmou o presidente do grupo, Waldomiro Batista. A assessoria do secretário de Assuntos Estratégicos, Ronaldo Sardenberg, informou ontem que ele estava viajando. Texto Anterior: Fascículos serão auto-encadernáveis Próximo Texto: 'Guerra dos números' marca disputa no PMDB Índice |
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