São Paulo, sábado, 30 de setembro de 1995
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Com gripe, Barrichello teme exame antidoping

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
ENVIADO ESPECIAL A NURBURGRING

Uma simples gripe, provocada pelo frio e pela chuva do rigoroso clima alemão, pode fazer Rubens Barrichello ser desclassificado do GP da Europa de F-1, que acontece neste fim-de-semana, no circuito de Nurburgring.
Barrichello foi selecionado para o exame antidoping junto com outros cinco pilotos após a primeira sessão de treinos oficiais.
E ficou temeroso pelo resultado, que sai daqui a 15 dias, pois está tomando medicamentos para atenuar o resfriado.
"Tomei Afrin e dizem que tem efedrina, que é proibida", afirmou Barrichello, se referindo a um descongestionante nasal.
Outro remédio que o piloto está tomando, seguindo indicação de sua mãe, que não é médica, é o Flanax, um analgésico forte.
Segundo o empresário do piloto, Geraldo Rodrigues, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) segue a lista de substâncias proibidas do COI (Comitê Olímpico Internacional).
Ao ser chamado para o exame, Barrichello levou os remédios que estava tomando e foi informado que ambos continham substâncias consideradas doping.
"O que eu posso fazer? Gripado desse jeito, eu tenho que tomar alguma coisa para poder correr."
Ele não soube dizer qual seria a punição por doping na F-1. Aliás, nem a própria FIA parece saber.
Alistair Watkins, assessor de imprensa da entidade, também não soube responder a pergunta. Nunca algo parecido aconteceu.
Rodrigues acredita que Barrichello poderia ser desclassificado do resultado da prova, caso o exame fosse positivo.
Outros dois pilotos que estavam tomando remédios e se surpreenderam com a possibilidade de punição foram o italiano Massimiliano Papis, da Arrows, e o inglês Damon Hill, da Williams.
Exame antidoping não é novidade na F-1, que checa de forma bissexta os hábitos químicos de seus pilotos.
Neste ano, porém, a FIA causou estranheza ao promover o exame em duas corridas seguidas, neste GP da Europa e no de Portugal, no último domingo.
Naquela oportunidade, Sid Watkins, médico da FIA -e pai de Alistair- afirmou que a F-1 era um esporte e que seria natural seguir a regulamentação do COI.
Nota curiosa, também sobre doping, coube ao alemão Heinz-Harald Frentzen. Sua equipe, a Sauber, é patrocinada por uma bebida energética chamada Reb Bull.
E o tal líquido contém Taurin, substância proibida pela federação alemã de futebol e que, em doses cavalares, é moda em danceterias da Europa.
"Só tomo depois da corrida, quando estou exaurido e preciso me hidratar", brincou Frentzen, aproveitando para promover o patrocinador.

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