São Paulo, segunda-feira, 1 de janeiro de 1996
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Sharp retoma investimento para conquistar mercado

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de enfrentar dois anos de crise administrativa e sem investir, o grupo Sharp retoma força. Pretende aumentar a participação em três mercados: eletrônicos de consumo, informática e telecomunicações.
Manoel Horácio Francisco da Silva, diretor-presidente desde agosto, tem pronto um programa que passa pelo treinamento de empregados, corte de custos, melhora na distribuição dos produtos e chega ao reforço na propaganda.
"Nós queremos conquistar uma fatia maior do mercado", afirma. Da venda total de televisores no país, a Sharp chegou a participar com 21%. Agora tem perto de 14%, nos seus cálculos.
"Vamos buscar o que tínhamos no passado, mas agora a idéia é vender mais com lucro e não com prejuízo, como acontecia antes."
Para 1996, o grupo reserva para a Sharp do Brasil (a empresa que reúne os eletrônicos de consumo) investimentos de US$ 27 milhões.
Cerca de US$ 15 milhões serão destinados à expansão de linhas de produção e desenvolvimento de novos produtos. Outros US$ 12 milhões vão para propaganda.
"Nos últimos três anos praticamente não investimos. Só gastamos com manutenção de equipamentos e reposição de peças."
Na Sid Informática, outra empresa do grupo que faz produtos para automação bancária e industrial, o plano é buscar um parceiro tecnológico para formar "joint-venture".
"Até metade do ano que vem o sócio deve estar definido. Sem tecnologia não dá para avançar neste mercado." Segundo ele, a Sid Informática tem 25% do mercado brasileiro de automação bancária.
Na área de telecomunicações o grupo atua com a Sid Telecon, que tem duas associações com a AT&T, gigante mundial no setor.
Uma delas é para produzir e vender linha de centrais digitais. Outra para fabricar e comercializar produtos da AT&T nas áreas de telefonia privativa, processamento de voz e imagem e integração de telefones e computadores.
Nas três empresas do grupo -Sharp do Brasil, Sid Informática e Sid Telecon- vai haver um programa intenso de corte de custos.
Francisco da Silva diz que para serem operadas elas custam cerca de US$ 420 milhões. Até a metade de janeiro ele terá pronto um estudo para cortar US$ 40 milhões desse valor. O plano inclui a fusão de empresas menores do grupo.
O faturamento do grupo Sharp para este ano, diz ele, está estimado em US$ 1 bilhão, o mesmo valor do ano passado.
A Sharp do Brasil deve terminar o ano com receita de US$ 630 milhões e com lucro líquido da ordem de US$ 70 milhões.

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