São Paulo, segunda-feira, 1 de janeiro de 1996
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Fito Páez afaga o ego com autobiografia

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

O cantor e compositor argentino Fito Páez se embrenhou na literatura, mas cuidou de não dispensar o tema que mais o fascina -ele mesmo.
A autobiografia "Páez" (Espasa Calpe Argentina, 275 pág., US$ 25) foi lançada no último dia 27, em Buenos Aires, com discrição e poucos comentários nos jornais.
No início da semana, alguns volumes chamavam a atenção em poucas livrarias da cidade. Em pose de guru, nu, Fito Páez figura na capa do livro com seu sobrenome destoado em amarelo e roxo.
O livro foi escrito em parceria com o jornalista argentino Enrique Symns, 50. Percorre os 32 anos de vida do compositor, nascido na cidade de Rosário, Província de Santa Fé.
Os autores preferiram fórmulas que deram vivacidade ao que poderia ser uma entediante autobiografia. Um dos recursos utilizados foi a edição de fotos importantes na vida do compositor.
A primeira, que parece mais um tributo, é a do casamento de seus pais. A última, uma foto similar à da capa -mas com Páez em um terno risca-de-giz e sem camisa.
Os depoimentos de pessoas próximas a Páez ajudam a construir o perfil do compositor e não esconde o fascínio e que ele gera.
Sua tia Charito Páez e o marido Eduardo Carrizo abrem a narrativa conduzindo o leitor à infância do compositor. É a descoberta do Fito que fugia para jogar futebol e que aprendeu a tocar de ouvido o piano de sua mãe.
Depois, as vozes que surgem são dos amigos -em geral, os integrantes de seu show e outros compositores.
A conhecida paixão de Páez pelo futebol e pelo time do Rosário Central é diluída.
Claro que não faltam elogios nestes depoimentos. Mas os autores decidiram reunir mais ainda e aglomerá-los nas 16 páginas do capítulo "El Trovador".
É justamente quando aparece Herbert Vianna. "Tenho muitíssima admiração por ele. Às vezes digo para ele que parece estranho ter um ídolo que é um amigo e mais jovem", afirma Vianna.
O livro trabalha ainda com as entrevistas de Páez a Symns, nas quais o compositor opina, entre outros assuntos, sobre música, cinema, amor e o presidente Carlos Menem.
Três surpresas são as ilustrações de Miguel Rep, o tratamento gráfico especial para cada tipo de narrativa e as 16 páginas em papel couché, impressas a quatro cores, nas quais Fito apresenta um diário da gravação do disco "Circo Beat".

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