São Paulo, quarta-feira, 3 de janeiro de 1996
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Ópera terá verba de R$ 3,2 mi

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

As pessoas físicas e jurídicas que sustentam as atividades da Sociedade Brasileira de Ópera gastarão R$ 3,2 milhões em 1996.
Este é apenas um exemplo de movimentação de dinheiro no mercado brasileiro dos recitais eruditos. A máquina envolve também sociedades de programação, empresários e artistas.
Quanto vale um tenor de primeiro nível, solista eventual do Met em Nova York? Resposta: no máximo US$ 70 mil por recital.
José Carreras ganhou US$ 300 mil para cantar no ano passado em Curitiba. O cachê foi considerado aberrante sobretudo porque o mercado mundial atravessa um período favorável para quem compra e não para quem vende concertos.
A Alemanha e a Itália atravessam ajustes fiscais com redução do subsídio à música. Na Inglaterra, novo corte este ano de 5% emagrece ainda mais um orçamento cultural já diminuído nos anos 80.
Some-se a isso a deflação mundial no preço dos cachês, provocada pelo ingresso no mercado dos músicos do Leste Europeu.
Para completar o custo (avião, hospedagem etc), cabe ao convidado obter patrocínios de empresas de seu próprio país.
Esse jogo de pressão em torno do financiamento só não funciona quando se trata de artistas muito bem cotados internacionalmente.
O Mozarteum tem uma opção de contrato para trazer em 1999 a Orquestra Filarmônica de Berlim, a mais cara e reputada do mercado clássico. Com ela, será certamente reduzida a margem de negociação de preço.
(JBN)

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