São Paulo, sexta-feira, 5 de janeiro de 1996 |
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Polícia pede prisão de dono da Mundirama
KENNEDY ALENCAR
Diretor de Economia Popular do Decon (Departamento Estadual de Polícia do Consumidor), o delegado também pediu ontem a prisão temporária do dono da Mundirama, Maurício Roitman. "Não há dúvida de que houve má-fé", disse Santana. Segundo ele, foi apreendida uma lista com o nome de 350 clientes da empresa, 275 dos quais pagaram o pacote integralmente. "Encontramos um fax enviado pelo sr. Roitman na madrugada do dia 28 cancelando reservas em hotéis do Caribe", disse Santana. "Nesse dia, 326 pessoas deveriam ter voado para as ilhas caribenhas de St. Martin e Isla Margarita, o que não aconteceu", afirmou. Segundo o delegado, isso caracteriza crime de estelionato. A sede da Mundirama, no centro da cidade, foi lacrada após a polícia executar mandado de busca e apreensão autorizado pela Justiça. Ministério Público A Procuradoria da República em São Paulo designou os promotores criminais de Guarulhos Antonio Lopes Baltazar e Denise de Oliveira para acompanhar quatro inquéritos policiais abertos contra a Mundirama por estelionato. Pelo menos 526 pessoas deixaram de viajar na época de passagem de ano porque a Mundirama não pagou passagens aéreas e reservas de hotéis. Sete vôos da Mundirama para o Caribe, entre 1º de janeiro e 12 de fevereiro, também foram cancelados porque a empresa Aerocancun não foi paga. O delegado José Brandini Jr., do Aeroporto Internacional de Guarulhos, indiciou por estelionato Maurício Roitman e sua mulher, Isabel, nos quatro inquéritos abertos por sua delegacia. "Como ele não compareceu à polícia, o indiciamento foi indireto", disse o delegado Brandini. Promotora de Justiça do Consumidor da capital, Parasina Lopes Zeigler iniciou procedimento jurídico para investigar a Mundirama, o que deve originar um novo inquérito. Devolução do dinheiro O advogado da Mundirama Luiz Nizzo de Moura disse que "empresa foi invadida equivocadamente e negou que Roitman tenha agido de má-fe. Disse ainda que ele se apresentará à polícia. "A atividade empresarial está sujeita a quebra. Isso ocorre e é diferente de golpe." Segundo ele, a empresa devolverá o dinheiro dos clientes e provará na Justiça que não agiu premeditamente. Texto Anterior: Seguradora pode cobrir prejuízo em veículos Índice |
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