São Paulo, sábado, 6 de janeiro de 1996
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Gerente refém na Bahia pede à polícia que atenda sequestradores

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O gerente do Banco do Brasil em Utinga (390 km de Salvador, na Chapada Diamantina), Sivaldo Nunes dos Santos, 34, fez um apelo ontem para que a polícia atendesse às exigências dos assaltantes que o mantinham como refém desde as 7h30 de anteontem dentro da agência.
"Não suporto mais tanta pressão psicológica", disse o gerente.
A polícia decidiu não atender os assaltantes e, até as 18h30 de ontem, o sequestro continuava.
A tentativa frustrada de assalto à agência começou às 7h30 de anteontem, quando dois homens armados invadiram o banco.
Sivaldo Nunes dos Santos estava abrindo a agência quando foi imobilizado pelos assaltantes. Funcionários perceberam o assalto e avisaram a polícia.
Outros dois assaltantes que estavam do lado de fora da agência fugiram quando perceberam a chegada dos policiais.
Os assaltantes, que ainda não foram identificados, exigem um carro-forte e garantia de vida para deixar a agência. Insistem também em levar o gerente como refém por pelo menos 200 km e não aceitam perseguição policial.
O capitão do 11º Batalhão da PM de Itaberaba (BA), Roberto Amâncio, disse que a polícia não aceitou a proposta dos assaltantes. "Damos garantia de vida, mas queremos que eles se entreguem e libertem o gerente."
Ontem pela manhã, após 24 horas como refém, o gerente Sivaldo Nunes dos Santos alimentou-se pela primeira vez. "Ele comeu uma maçã e tomou um copo de água", disse o capitão.
As negociações com os assaltantes estão sendo feitas pelo tenente Ricardo Rios, que conversa com eles pela janela do banco.
Desde o início da tarde de ontem, a agência está sem água, energia e telefone. A polícia autorizou os cortes para forçar a negociação com os assaltantes.
Cerca de 65 policiais militares estão cercando a agência do BB. Duas casas próximas ao banco foram isoladas pela polícia.
Anteontem à noite os policiais apitaram durante quase quatro horas seguidas para tentar perturbar o sono dos assaltantes. "Vamos vencê-los pelo cansaço", disse o capitão Roberto Amâncio.
O soldado Gilberto Pereira Costa disse que ontem à tarde os assaltantes voltaram a atirar pela janela da agência. "Desde a invasão na agência já foram disparados dez tiros", disse o soldado.
Costa disse também que os assaltantes estão com quatro revólveres (dois eram dos seguranças do banco) e 60 cartuchos intactos.
Segundo o capitão Amâncio, a polícia não pretende invadir a agência.

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