São Paulo, sábado, 6 de janeiro de 1996
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Instituição foi fundada em 1834 e estava com os Calmon desde 1910

MARCIA PADILHA
DO BANCO DE DADOS

O Banco Econômico era gerido pela família Calmon desde 1910, quando Francisco Marques de Góis Calmon -avô do último presidente da instituição, Angelo Calmon de Sá- assumiu a presidência da antiga Caixa Econômica da Bahia, fundada por um grupo de comerciantes em 1834, em Salvador (BA).
Em 1940, Miguel Calmon (1959-1967) tio de Angelo, tornou-se diretor-presidente do então Banco Econômico da Bahia, permanecendo no cargo por mais de 20 anos.
Em 1971, Angelo foi eleito executivo-chefe da instituição. Cinco anos mais tarde, tornou-se presidente do banco.
Em 1972, o grupo criou empresas para atuar -entre outras- nas áreas de turismo e hotéis.
Em 1973, o Econômico comprou a Casaforte Crédito Imobiliário S/A. No mesmo ano, o Econômico propôs uma fusão com o Banco da Bahia.
A notícia das fusões agitou a Bolsa de Valores de Salvador, e o negócio foi abandonado quando o mercado descobriu que o Econômico já era dono de boa parte das ações do Banco da Bahia.
Em 1976, o Econômico envolveu-se em um escândalo quando reteve cheque administrativo para a corretora Socopa.
O caso só foi resolvido em 1981, quando, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), o banco ficou parcialmente isento de culpa. O Econômico pagou sua dívida com a corretora -livre de juros e correção monetária.
Em 1984, o banco pulou do oitavo para o quarto lugar em volume de depósitos a prazo, crescendo 523% em 12 meses.
Naquele ano o grupo possuía 42 empresas, 13 delas no Pólo Petroquímico da Camaçari (BA).
O declínio da instituição começou em 1991. O lucro caiu pela metade em relação ao ano anterior.
A família Calmon sempre esteve presente no governo da Bahia e do Brasil.
O patriarca Francisco Marques foi governador da Bahia entre 1924 e 1928.
Miguel Calmon foi ministro da Fazenda de 1962 a 1963 (no governo do então presidente João Goulart e do primeiro-ministro Hermes Lima).
Em 1964, Miguel foi nomeado reitor da Universidade Federal da Bahia pelo então presidente da República Humberto de Alencar Castello Branco.
Seu sobrinho Angelo Calmon de Sá foi presidente do Banco do Brasil entre 1974 e 1977. Saiu do BB para tornar-se ministro da Indústria e Comércio do governo Ernesto Geisel -cargo que exerceu entre 1977 e 1979.
Além de participar de governos militares, Angelo foi secretário do Desenvolvimento Regional do presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992).
O banco emprestou US$ 600 mil às empresas da família Collor, após as denúncias de Pedro Collor contra o então presidente.

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