São Paulo, sábado, 6 de janeiro de 1996
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Maior terrorista palestino é morto

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O autor intelectual de atentados contra alvos israelenses que mataram mais de 70 pessoas foi morto ontem na faixa de Gaza.
A notícia da morte de Iahia Aiach, conhecido como "O Engenheiro", foi confirmada pelo governo israelense e pelo braço armado do grupo radical palestino Hamas (Movimento de Resistência Islâmico).
As circunstâncias da morte, porém, não estavam claras.
Uma fonte do governo palestino ouvida pela agência "Reuter" disse que a polícia palestina estava em poder do corpo de Aiach e que ele havia morrido na detonação de 50 gramas de explosivos colocados em telefone celular. A explosão teria arrancado sua cabeça.
A polícia palestina teria cercado a casa onde ocorreu a explosão e prendido Ekrima Hammad, morador do local.
Emissoras de rádio e membros do governo israelense disseram antes que Aiach morreu em uma explosão no campo de refugiados de Jabalia, na faixa de Gaza.
Forças de segurança palestinas também disseram ter achado os corpos de um homem e de uma mulher em Beit Lahia. A identidade do homem não foi revelada.
Jornalistas estiveram no campo com policiais palestinos e não encontraram sinas da explosão que teria matado Aiach.
As brigadas Al Qassam, grupo militar do Hamas, fizeram circular em Gaza um panfleto culpando o serviço secreto de Israel pela morte e prometendo vingança.
Israel não negou nem confirmou o envolvimento na morte de Aiach, apesar de não ter escondido a satisfação pelo ocorrido.
"O homem responsável por tantos ataques suicidas contra pessoas inocentes (...) não está mais sobre a Terra", disse Shimon Shetreet, ministro de Estado israelense.
O terrorista de 29 anos encabeçava a lista de procurados pela polícia israelense. O chefe do Shin Bet, a polícia secreta israelense, colocava como prioridade do órgão a captura de Iahia Aiach.
Ele é considerado o responsável por uma série de atentados a bomba do Hamas e da Jihad (Guerra Santa) Islâmica desde a assinatura do acordo de paz entre Israel e a OLP, em 1993.
O porta-voz do líder Iasser Arafat, que preside o governo nos territórios palestinos, afirmou que a morte do terrorista, considerado um herói por radicais, "é um fato perturbador, ilegal e inaceitável em terra palestina".
Ele disse que Arafat ordenou que a responsabilidade pela morte seja investigada.

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