São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
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Rossi dispara e Erundina mantém o segundo lugar

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Francisco Rossi, do PDT, ampliou sua vantagem sobre os rivais na corrida pela cadeira de prefeito de São Paulo. A eleição ocorre no dia 3 de outubro deste ano. A ex-prefeita paulistana Luiza Erundina, do PT, mantém-se na segunda colocação.
Quatro simulações do Datafolha, em pesquisa realizada em 18 de dezembro, revelam o avanço do ex-prefeito de Osasco (SP).
Rossi lidera em todas elas, com vantagens superiores às obtidas em levantamento semelhante realizado em setembro de 1995. Foram apresentadas cartelas com nomes de oito eventuais candidatos.
Os nomes de Rossi, Reynaldo de Barros (PPB e secretário do prefeito Paulo Maluf), José Aristodemo Pinotti (PMDB) e Campos Machado (PTB) foram mantidos nas quatro simulações.
Pelo PT, alternaram-se nas cartelas Luiza Erundina e Aloizio Mercadante. Pelo PSDB, revezaram-se os nomes de Emerson Kapaz (secretário de Ciência e Tecnologia do governo Mário Covas) e Walter Feldman (líder de Covas na Assembléia Legislativa).
Rossi tem 37% das intenções de voto em dois dos quatro arranjos. Neles, Erundina está incluída e fica sempre na segunda posição.
Em setembro, Rossi tinha de 32% a, no máximo, 37% das intenções de voto em oito simulações. Agora, tem de 37% a 44%. Na cartela em que o tucano sugerido é Walter Feldman (4%), Erundina tem 21% dos votos.
Quando Kapaz (2%) é incluído, a petista sobe para 25% e há um leve descenso do Reynaldo de Barros e de Campos Machado.
Na pesquisa anterior, os índices de Erundina variavam entre 24% e 26% das intenções de voto. Isso indica que a ex-prefeita consegue manter seus índices estabilizados.
A vantagem de Rossi cresce bastante quando sai Erundina e entra o economista Mercadante, que foi candidato a vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 1994. Com Mercadante, Rossi atinge índices de 43% e 44% das intenções de voto do eleitorado.
A pesquisa denota que, com Mercadante, acirra-se a disputa entre PT e PPB pelo segundo posto. Barros varia entre 11% e 14% na preferência dos eleitores. Mercadante fica entre 8% e 11%.
O petista chega a ultrapassar Barros (11% contra 10%) quando, pelos tucanos, Feldman substitui Kapaz, um debutante em eleição.
A campeã de rejeição continua sendo Erundina, com 42%. Na pesquisa de setembro, 44% disseram que jamais votariam nela.
Na sequência aparecem Reynaldo de Barros (22%), Mercadante (18%), Pinotti e Machado (17%).
Os tucanos Kapaz e Feldman são os menos rejeitados (15%), ao lado de Rossi. Só que os eventuais candidatos do PSDB não sensibilizam até agora o eleitorado.
A campanha não está nas ruas, mas caiu de 44% para 34% o índice dos que desconhecem o pleito.
Por nível de renda, Rossi é uma avalanche nas camadas mais pobres. Seus índices variam de 42% a 51% entre os que ganham no máximo até dez salários mínimos.
Rossi também é o favorito entre aqueles com menor escolaridade. Ele obteve taxas que variam de 41% a 50% das intenções de voto dos quem estudaram até o 1º grau.
Erundina bate Rossi entre os que têm nível superior, com índices de 26% e 30%, contra 20% de Rossi.
Tanto ela quanto Mercadante têm melhor desempenho nas camadas com maior renda familiar.
Na pesquisa espontânea (as pessoas citam nomes), Paulo Maluf permanece imbatível. Em setembro, era o predileto de 16%. Agora, 20% o têm como preferido. A legislação não prevê reeleição.

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