São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dízimo é de Deus, diz teórico da Universal

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Pastor, teólogo e diretor do jornal "Folha Universal", J. Cabral, 47, afirma que a Igreja Universal do Reino Deus não separa "dualisticamente o material do espiritual", porque o ser humano é "uno e indivisível".
Sobre a ênfase da igreja na coleta de dinheiro, o pastor sustenta que "o dízimo não é uma cota, é uma idéia, uma mensagem de Deus".
Responsável pelas publicações da Igreja Universal e diretor do Iburd (Instituto Bíblico Universal do Reino de Deus, que atua na formação dos pastores), Cabral concedeu uma entrevista por escrito à Folha. Leia os principais trechos:
*
Folha - Como o sr. explicaria a introdução, nos cultos da Igreja Universal, de manifestações estranhas à tradição evangélica como as 'correntes' e o reconhecimento de poderes em óleos e fitinhas?
J. Cabral - Não nos orientamos por uma tradição evangélica européia ou americana. Partimos da fé, dos princípios e da prática religiosa do povo.
Folha - O recurso a essas práticas não seria apenas uma forma de se conseguir uma maior identificação com a população?
Cabral - A Igreja Universal do Reino de Deus é filha do povo; por isso, não precisa usar recursos para se identificar.
Folha - Alguns estudiosos, ao abordarem a Universal, falam em "Teologia da Prosperidade".
Cabral - Pregamos a prosperidade, a cura divina, a libertação do sofrimento, a conversão, a transformação de vidas, a renovação do caráter e a plenitude do Reino de Deus. Não podemos ser identificados apenas por uma abordagem da nossa pregação.
Folha - A Igreja Universal não tende a valorizar em excesso os bens materiais em detrimento dos valores espirituais?
Cabral - Cremos que o ser humano é uno e indivisível. Não separamos dualisticamente o material do espiritual.
Folha - Como o srs. justificam a ênfase na coleta de dinheiro, que muitas vezes ultrapassa a cota bíblica do dízimo? É justificável biblicamente anunciar que as graças recebidas serão proporcionais às doações?
Cabral - O dízimo não é uma cota, é uma idéia, uma mensagem de Deus nos dizendo que o que temos e somos é dele. Não pregamos que as graças recebidas são proporcionais às doações. Não seriam então graças.

Texto Anterior: Serra e Barros lideram em seus partidos
Próximo Texto: Fiéis querem 'parar de sofrer'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.