São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996 |
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"Desempregado sim, desesperado não", diz ex-diretor do Nacional
MILTON GAMEZ
"Diga ao povo que volto. Ou diretamente, ou como consultor", anuncia Geli. Ex-diretor tesoureiro do Nacional, onde ingressou em 1988, após passar pelo Chase Manhattan Bank, ele está otimista quanto à sua recolocação no mercado de trabalho. Afinal, sua especialização em captação e aplicação de recursos no mercado financeiro é valiosa, principalmente num país como o Brasil, argumenta. Formado em administração pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e com mestrado em administração e finanças pela mesma casa, Geli admite tal currículo não garantirá, de saída, a mesma condição de trabalho que desfrutava no banco carioca. Pelo menos no que diz respeito às "luvas" e aos bônus elevados, normalmente oferecidos pelos bancos quando roubam executivos de outras instituições. "O mercado reconhece o trabalho de quem é bom. Mas, querendo ou não, como há uma oferta maior de executivos muito qualificados, o valor dos passes tende a cair neste momento", lamenta. Geli, como a maioria dos novos desempregados no setor financeiro, não começou ainda a procurar trabalho. Está tirando umas semanas de férias. E merecidas: ele viveu dias inesquecíveis (no mau sentido) no final de 1995, quando o Nacional foi atingido por uma onda de boatos que o levou à lona. Responsável pela captação dos recursos que diariamente deixavam o banco, Geli enfrentou uma situação das mais difíceis na vida de qualquer executivo. Talvez por isso ele contemple duas opções profissionais: procurar emprego em outro banco ou montar uma consultoria com o ex-diretor de planejamento do Nacional, Walter Kuroda. Apesar do desfecho melancólico do Nacional, Geli não acredita que ele e seus ex-colegas de diretoria estejam automaticamente "queimados" no mercado. Concorda com ele o "head hunter" Thomas Case. "Temos vários clientes egressos de bancos liquidados, que voltaram facilmente ao mercado. Só os maus administradores e os donos dos bancos quebrados é que ficam desempregados." (MG) Texto Anterior: Banco ajuda na recolocação Próximo Texto: Polêmica inusitada; Haja restrições; Ressalva da ressalva; Centro da questão; Efeitos do ajuste; Sem transparência; Pedido de renúncia; Recursos externos; Nova sociedade; Outras atividades; Em compensação; Opção francesa; Questão de origem; Imprimindo mudanças; Quem sai; Aumento de capital; Saída do Estado; Negócio privado; Em incorporação; Em assembléia; Mercado boliviano; Ao pé da letra Índice |
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