São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
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Missão em Júpiter da sonda Galileo deve acabar dentro de dois anos

JOSÉ REIS
ESPECIAL PARA A FOLHA

A 7 de dezembro último uma sonda atmosférica lançada pela sonda Galileo desceu de pára-quedas na atmosfera de Júpiter, onde captou numerosas informações e uma hora depois foi pulverizada pelo calor das densas nuvens mais próximas do planeta.
Em 1610 o famoso sábio italiano Galileu Galilei (1564-1642) descobriu, com auxílio de telescópio por ele mesmo fabricado, quatro objetos que flutuavam junto do planeta.
Ele havia de fato descoberto quatro dos muitos satélites de Júpiter (hoje são 16).
A sonda Galileo, projetada e construída pela Nasa, faz parte da Missão Júpiter destinada a explorar cientificamente o sistema constituído por Júpiter e suas luas, que é, na verdade, miniatura do sistema solar, sobre cuja formação e interações poderá fornecer preciosos dados.
a decisão do planejamento e da construção da Galileo foi sugerida pela Nasa como parte da Missão Júpiter, e o processo durou 20 anos.
Não foi tarefa fácil técnica e politicamente esse empreendimento. Lançado em foguete e de combustível sólido, o engenho é muito complexo e com sofisticado aparelhamento.
Ele pesa 2,5 toneladas, e o caminho que percorreu até o ponto do lançamento da sonda atmosférica e sua entrada na órbita de Júpiter foi de 3,7 bilhões de quilômetros, durando seis anos de percurso.
Durante esse longo tempo, teve de receber impulsos adicionais gravitacionais em três ocasiões, uma em Vênus e duas na Terra, por meio de manobras especiais.
Assim que atingiu a órbita de Júpiter, a Galileo lançou sua sonda atmosférica, da qual recebeu e gravou numerosas informações, em fita magnética, as quais enviou à Nasa.
A Galileo iniciou então um "passeio" pelas órbitas do sistema, algumas mais demoradas que as outras e repetidas algumas vezes.
Durante seu caminho, a Galileo sofreu alguns acidentes, o mais importante dos quais ocorreu na antena principal, e colheu muita informação útil.
Em geral, passou perto dos satélites de Júpiter, à exceção de Io, de que teve de guardar distância maior, porque ele se acha em meio a um cinturão de radiações que poderia prejudicar a aparelhagem eletrônica.
É de esperar que o restante da missão decorra sem perturbações de monta e, daqui a dois anos, possamos celebrar o fim da Missão com o êxito científico e tecnológico que tanto esforço merece.

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