São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
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DNA 'antigo' exige cuidados

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Se o DNA, a "molécula da vida", não fosse tão frágil, seria possível à ciência conhecer a evolução dos seres vivos com muito maior detalhe. O pesquisador Scoot Woodward, da Universidade Brigham Young, em Provo (Estado de Utah, EUA), achou que tinha dado um passo na realização desse sonho.
Ele e colegas relataram uma "sequência de DNA de fragmentos de osso do período Cretáceo" (título do artigo deles na revista "Science"). A quantidade de DNA mostrado era pequena -o equivalente a algumas palavras de um livro. E agora se viu que mesmo essas palavras eram do livro errado.
Depois da morte de um ser vivo, as moléculas biológicas se degradam rapidamente. O DNA é particularmente frágil. Para ser preservado, é preciso que imediatamente na hora da morte o corpo do animal tenha escapado de danos como a oxidação. Só isso já limita o número de amostras potenciais.
Os pesquisadores conseguiram achar ossos de dinossauro em um local onde estavam relativamente bem preservados, até com manutenção da estrutura celular, protegidos por camadas de sedimentos e carvão.
Os fragmentos foram cortados com instrumentos esterilizados, os reagentes para a PCR foram preparados com água ultrafiltrada e duplamente destilada. Ainda assim, o resultado, como se viu agora, mostrou contaminação por DNA humano.
(RBN)

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