São Paulo, segunda-feira, 8 de janeiro de 1996
Próximo Texto | Índice

Recesso branco; Arma; Velha reclamação; Política Robin Hood 1; Política Robin Hood 2; Todos por um; Marcação-pressão; Extraviada; Sem ação; Tudo pelos votos; Cirurgião dos operadores; Mantendo a tradição; De olho; Aparelho; Degelo; Socorro; Pelas bordas

DE OLHO

Recesso branco
Tudo indica que vai começar bem a convocação extraordinária do Congresso, hoje, em seu primeiro dia. Líderes dos principais partidos não devem nem aparecer, como Inocêncio Oliveira (PFL), que só chega em Brasília à noite.

Arma
O líder peemedebista Michel Temer não acredita que Paes de Andrade tenha o mesmo ímpeto contra FHC depois do encontro de sexta-feira: "O presidente é muito sedutor e, além disso, sabe da importância do apoio do PMDB".

Velha reclamação
A microcrise com o PMDB e a certeza de que está complicando a disputa por espaço no governo são atribuídas por aliados de FHC à falta de um coordenador político.

Política Robin Hood 1
A decisão é da Comissão de Orçamento: se, como tudo indica, faltar dinheiro para o Ministério da Saúde, o relator vai tirar de outra rubrica. Para infelicidade da área econômica, ela já foi escolhida: Fundo de Estabilização Fiscal.

Política Robin Hood 2
O governo tinha outros planos para o dinheiro do Fundo de Estabilização: cobrir o déficit do Tesouro, estimado em R$ 3,9 bi. O rombo da Saúde pode chegar a R$ 6 bi, se a CMF proposta por Adib Jatene não passar na Câmara.

Todos por um
Os relatores setoriais do Orçamento 96 no Congresso fizeram um acordo tácito e devem entregar todos ao mesmo tempo seus relatórios. O motivo é simples: dividir a pressão dos colegas. É que das 11 mil emendas de parlamentares, só a metade foi contemplada.

Marcação-pressão
Não vem só de parlamentares as pressões sobre os relatores do Orçamento para aproveitamento de emendas. Vários órgãos federais destacaram funcionários para marcar em cima os relatores. Pedem que não cortem suas verbas.

Extraviada
Paulo Bernardo (PT-PR) cobra do Planejamento o demonstrativo de incentivos fiscais do Orçamento. O ministério mandara um prevendo R$ 20 bi de incentivos, mas Serra retirou-o dizendo que estava muito alto. A planilha foi ao ministério e não voltou mais.

Sem ação
A pauta da reunião do Diretório Nacional do PT nos dias 20 e 21 prevê criar um certo "Reage Brasil" para mobilizar sindicatos e movimentos sociais "em defesa do país e contra a política neoliberal". Falta o "Reage Oposição".

Tudo pelos votos
O governo federal ajuda como pode os governos estaduais aliados a equilibrarem suas contas. Contrariando a praxe, a Conab (Agricultura) vai pagar ao Mato Grosso ICMS na compra de grãos para estoques reguladores.

Cirurgião dos operadores
Serjão lançou moda. Após sofrer um infarto em dezembro, o líder do PTB na Câmara, Nelson Trad, se submeterá a uma operação de ponte-safena. Escolheu o mesmo cirurgião que operou o ministro: Sérgio de Almeida.

Mantendo a tradição
O novo modelo de "englobação" bancária -em que os bancos compradores assumem o filé e o BC, o osso das instituições quebradas- já está sendo chamado de solução Ricupero: fatura o que é bom e esconde o que é ruim.

O controle de estatais e autarquias fortes do governo federal pode ajudar a eleger prefeitos em outubro. O raciocínio ganha fôlego em Brasília. Vislumbra-se pressão em cima do Planalto.

Aparelho
A direção do PT começa a se desesperar com o ressurgimento dos "sem-voto", candidatos que não têm intimidade com as urnas, mas que são imbatíveis nas disputas internas para decidir quem será o candidato a prefeito local.

Degelo
O Ministério da Marinha começou o ano entrando na Internet. Inaugurou sua página na rede de computadores na primeira semana do mês, dando destaque ao programa antártico. Tem até um concurso de fotos sobre o continente.

Socorro
José Dirceu vai se encontrar em Brasília com o governador Cristovam Buarque (PT), o mais impopular dos governadores pesquisados pelo Datafolha. "Não sei o que está acontecendo lá", desconversa o presidente do PT.

Pelas bordas
Discretamente, o presidente do PMDB paulistano, ex-deputado João Leiva, está articulando sua pré-candidatura a prefeito. O caldeirão quercista começa a ferver.

TIROTEIO
- Amanhã (hoje) vai ser um dia de paz de cemitério no Congresso.

Próximo Texto: Glória nas alturas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.