São Paulo, segunda-feira, 8 de janeiro de 1996
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Emissão de vistos para os EUA recomeça hoje

DA REPORTAGEM LOCAL

O Consulado Geral dos EUA em São Paulo volta a emitir vistos de entrada hoje, a partir das 8h.
Um aviso na porta do consulado alerta que, apesar do retorno da emissão de vistos, a distribuição de senhas continua suspensa.
A Folha apurou que o consulado já havia distribuído um número de senhas suficiente para dez dias de atendimento.
Os portões do consulado estarão abertos para o público até as 10h. "Depois disso, ninguém mais entra", disse um dos seguranças.
Hoje, serão atendidos aqueles requerentes que já estão de posse da senha, distribuída pelo consulado mesmo após a paralisação na emissão de vistos, no dia 17 de dezembro passado.
Às 16h de ontem, uma fila com cerca de 200 m dobrava a esquina da rua Padre João Manoel com a alameda Lorena, na zona oeste.
Alguns voluntários, também requerentes, organizavam a fila anotando o nome das pessoas e o número de seus passaportes. Até as 16h, 270 pessoas já haviam assinado a lista.
O controle de entrada no consulado terá como base essa lista e não o número da senha ou o dia em que ela foi emitida.
A volta da emissão de vistos pode acabar com a agonia do médico Otto Carlos Rodrigues de Albuquerque, 35. Ele era o primeiro nome na lista e havia chegado ao consulado às 7h do último sábado.
Se tudo der certo, Albuquerque embarca para os EUA, no próximo dia 14, com um grupo de 25 amigos e familiares.
Eles pretendem visitar Nova York, Orlando e Miami. "Todos já tinham vistos, só faltava eu", disse o médico.
Albuquerque afirma que também foi o primeiro da fila na quarta-feira e na sexta-feira da semana passada.
Longe de uma solução está o caso da filha do aposentado Jair Bertini, 47, que deveria estar começando hoje um curso de secretariado nos EUA.
"Não tenho a senha ainda. Minha filha pode perder esse curso, que é muito importante para a carreira dela. Engraçado é que, para a Seleção Brasileira, o consulado emite vistos", reclama Bertini.
Numa situação um pouco mais confortável, mas não menos tranquila, estava a dona-de-casa Vera Bara, também sem senha. Sua filha Priscila está matriculada em um curso de televisão em uma universidade de Los Angeles.
"O curso começa no final deste mês e ela pode perder."

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