São Paulo, segunda-feira, 8 de janeiro de 1996
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Telefonemas envolvem citados no 'caso da fita'

DA REPORTAGEM LOCAL

A Folha revelou ontem que houve pelo menos 182 contatos telefônicos entre aparelhos pertencentes aos dois principais envolvidos no caso da "fita do suborno", que sempre negaram se conhecer.
Documentos obtidos pela Folha mostram que essas ligações entre os telefones do ex-juiz Wilson Roberto Catani e o presidente do Botafogo de Ribeirão Preto, Laerte Alves, ocorreram entre agosto e novembro do ano passado (veja quadro acima).
Catani é suspeito de chefiar um suposto esquema de suborno de árbitros para a fabricação de resultados em partidas do Campeonato Paulista. Alves teria usado o esquema para favorecer sua equipe.
Essas revelações foram feitas por Catani na "fita do suborno". Posteriormente, o ex-juiz negou tudo, dizendo que inventou a história.
Alves nega qualquer participação em fraudes com Catani.
Catani e Alves sempre negaram se conhecer, até mesmo em depoimento à polícia.
Alves disse que Catani ligou várias vezes para ele, tentando lhe vender um carro importado. "Foram sempre meus empregados que atenderam", disse.
Catani não quis comentar a lista de telefonemas. "Ligo para quem eu quiser", afirmou, sem confirmar se ligou para Alves.
Para o promotor Antonio Alvarega Neto, que acompanha as investigações da polícia, as ligações entre os aparelhos de Catani e Alves atestam "um contato habitual e permanente" entre eles.
Para o promotor, "a existência de relações entre os dois está se tornando incontroversa".
Para o advogado de Catani, José Izar, os telefonemas não provam que os dois se falaram ou se conheçam.

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