São Paulo, segunda-feira, 8 de janeiro de 1996
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Treinamentos são contra os homens

RÉGIS ANDAKU
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos problemas enfrentados por Danielle em seu treinamento para a Olimpíada é a falta de adversárias em Santos, onde treina.
Para ter oponentes mais fortes, Danielle Zangrando recorre aos homens da academia.
Os maiores "adversários" da judoca são seu irmão, Dênis, 18, que abandonou as competições para estudar odontologia, e Ivo Nascimento, 31, o seu treinador.
"Desde que começou a lutar, Danielle quase só treina com homens. Mas é talvez por isso que tenha se tornado tão boa atleta", afirma Nascimento, que a treina há quase cinco anos e destaca a força física da judoca.
Em sua opinião, não há ninguém na categoria leve no mesmo estágio de Danielle.
A única mulher que treina regularmente com ela é peso ligeiro Andréa Berti, que tenta ainda uma vaga em Atlanta.
Para Danielle, o forte preconceito contra as mulheres prejudicou bastante a evolução do judô feminino no Brasil.
"Perguntavam por que eu praticava judô e não balé." "Mas nós progredimos e, hoje, a diferença não é tão abissal", avalia.
Até o dia 21, Danielle treina no Rio com as atletas que ainda tentam a vaga em Atlanta, sob a orientação de Geraldo Bernardes, técnico da equipe feminina.
(RA)

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