São Paulo, segunda-feira, 8 de janeiro de 1996
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P. J. HARVEY

DA "SPIN"

Para os críticos, seu quarto álbum, "To Bring You My Love", está muito próximo da perfeição.
Eleita a artista do ano pela revista "Spin", Polly Jean Harvey, ou melhor P. J., colhe os louros de ser uma guitarrista dedicada, que também toca teclados, mas que agora só canta em seus shows.
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Pergunta - Por que você se submeteu ao esquema promocional no lançamento deste álbum?
P. J. - Até o começo deste ano, não acho que realmente aceitei que era isso mesmo que queria para minha vida. Não estava feliz e não me sentia completa. Antes, não tinha a menor idéia se queria ser música ou veterinária.
Pergunta - Várias músicas do disco sugerem que você está lutando com o instinto maternal.
P. J. - Sempre achei que isso era um mito, esse relógio biológico que faz as mulheres se sentirem maternais em determinado momento. Quase tive esse novo sentimento de responsabilidade. Estou com 26 anos e o pensamento entrou na minha cabeça: pode ser uma idéia ter filhos antes dos 30.
Pergunta - Você sempre falou sobre estar infeliz com seu corpo. Você já se adaptou a isso?
P. J. - Sim. Estou me sentido mais confortável comigo mesma e o que aparento hoje, e isso me deu maior estabilidade emocional.
Pergunta - Sua banda é instintivamente criativa. Você dá espaço para improvisações?
P. J. - Durante os ensaios eu era bastante pedante e queria que eles tocassem exatamente o que eu desejava. Mas durante a turnê, eles ganharam suas partes, então o show soa bem diferente do disco.
Pergunta - Sua movimentação no palco lembra estilos extremos como Kabuki ou drag.
P. J. - Talvez porque estou um pouco mais zelosa com minha maquiagem (risos). Para cantar as músicas corretamente sinto que devo vivê-las em meu rosto.
Pergunta - Mas você é uma pessoa tão pequenina com um rosto tão grande...
P. J. - Gosto de parecer um pouco esquisita. Porque sim, eu tenho uma cabeça grande, eu admito. E sim, se você enfatiza a cabeça grande, você tem de se transformar em uma pessoa de visual ainda mais estranho.

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