São Paulo, segunda-feira, 8 de janeiro de 1996
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'Jogo Mortal' é duelo de talentos

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das grandes atrações das TVs pagas hoje é a exibição de "Jogo Mortal" (TNT, 0h), último filme de Joseph Mankiewicz e considerado por muitos -especialmente pela crítica francesa- sua obra prima.
Mankiewicz, realizador de "A Malvada" e "Julio Cezar", trabalha dessa vez um território alheio: o teatro.
Baseado em uma peça do dramaturgo Anthony Shaffer, que é também o autor do roteiro, o filme mostra o duelo, mortal como conta o título, entre dois homens.
Durante um fim de semana um escritor de romances policiais convida o amante de sua mulher para uma visita. O resultado do encontro é um jogo de fuga e perseguição, onde aquele que caça, e o outro que é caçado, têm seus papéis alternados quase a cada sequência.
O objetivo de Sir Andrew Wyke, o escritor, é assassinar o homem que lhe roubou a mulher. E todo o filme é montado nessas tentativas e fracassos.
Mas o pequeno resumo da história de Shaffer não apreende a totalidade de suas intenções. Mais do que homem querendo um crime, temos um inglês desejando salvar sua honra. Sua fúria não é motivada pela infidelidade, mas sim pela humilhação.
Esse personagem, tão brilhantemente trabalhado por Mankiewicz, quer devolver a vergonha sofrida. Assim, sua idéia de tortura é reduzir seu adversário ao papel de um ser socialmente inferior.
Nos papéis principais temos Lawrence Olivier, o escritor vingativo, e Michael Caine como o amante. Atores que durante os 138 minutos de "Jogo Mortal" criam outro tipo de disputa, marcada pela velhice de um e a juventude de outro.
Uma batalha de cavalheiros que tentam descobrir seus limites. E que é também uma declaração de amor a representação.

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