São Paulo, segunda-feira, 8 de janeiro de 1996 |
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Violões substituem guitarras
LUIZ ANTÔNIO RYFF
"Desde que eu me entendo por gente eu faço MPB", afirma. Coincidentemente, nos últimos meses o mercado abrigou uma penca de roqueiros que trocou a guitarra pelo banquinho e violão. Em certos casos já havia flerte com a MPB. E em todos os trabalhos o pop é uma peça básica. O baixista Nando Reis e o cantor Paulo Miklos (ambos dos Titãs), Léo Jaime, Humberto Effe (ex-Picassos Falsos) e Paulinho Moska (ex-Inimigos do Rei) foram alguns dos que fizeram discos em que a MPB está presente. Ed Motta voltou de uma temporada em Nova York anunciando seu encantamento com a bossa nova. E Lobão veio com seu "Nostalgia da Modernidade", que tem até roda de samba. Para o baixista dos Titãs, Nando Reis, é incontestável que muitos roqueiros de sua geração estão se direcionando para a MPB. O crítico Zuza Homem de Mello, 62, acha que essa guinada "é um sinal de maturidade. E os que já faziam isso provam que eram mais maduros do que os outros." Nando Reis rebate: "Não concordo com essa idéia de maturidade. É uma forma inversa de falar que rock é uma coisa de moleque. Acho preconceituosa." Lobão admite que a maturidade influiu na alteração de rumo de alguns. "Cada um deve ter tomado uma porrada a sua maneira. Viram que Papai Noel não existia." Para ele, é preciso trabalhar os ritmos estrangeiros de modo antropofágico. O rock tem que ganhar elementos nativos. Arnaldo Antunes concorda com essa visão. "O Brasil não é um país com cultura de raízes. A mistura de informações é mais nossa do que as raízes." (LAR) Texto Anterior: Músicos misturam estilos e conquistam fãs Próximo Texto: Saiba quem são alguns dos novos músicos Índice |
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