São Paulo, terça-feira, 9 de janeiro de 1996
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BC conclui sindicância, mas não aponta culpados

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A sindicância do BC (Banco Central) destinada a apurar o vazamento da pasta rosa concluiu não haver culpa da diretoria ou de "funcionários ativos" do Banco Central, mesmo sem ter obtido qualquer avanço desde o último dia 27, quando foi prorrogada.
O resultado da sindicância foi anunciado ontem pelo diretor de Administração do BC, Carlos Eduardo Tavares. Ele disse que o caso da pasta rosa, que listava supostas doações do Econômico a políticos nas eleições de 1990, é "assunto encerrado" para o BC.
Na sexta-feira da semana retrasada, o BC anunciou a prorrogação do prazo da sindicância para que fossem feitas novas investigações. Naquela data, de posse das mesmas informações obtidas até ontem, o presidente do BC, Gustavo Loyola, não disse que a diretoria estava inocentada.
Segundo Tavares, a sindicância foi prorrogada para que fosse ouvido novamente o interventor do BC no Econômico, Francisco Flávio Barbosa. Ainda de acordo com o diretor, Barbosa preferiu responder às perguntas por escrito e a sindicância desistiu de ouvi-lo.
Barbosa é funcionário aposentado do BC e foi nomeado interventor no Econômico em agosto. Nessa condição, ele não é obrigado a responder à sindicância nem faz parte da lista dos "inocentados".
"Isso também não quer dizer que ele seja suspeito", disse Tavares. Segundo o diretor, uma vez apurado que o BC não é responsável pelo vazamento, não cabe mais à sindicância descobrir o culpado.
A sindicância começou as investigações em 12 de dezembro. Até o dia 27 foram ouvidas 13 pessoas -entre elas Barbosa, o presidente do BC Gustavo Loyola e os diretores Cláudio Mauch (Normas e Fiscalização) e Alkimar Moura (Política Monetária).

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