São Paulo, terça-feira, 9 de janeiro de 1996
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Covas inicia novo modelo de gestão para cadeias

KENNEDY ALENCAR
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Mário Covas pretende transformar em modelo para todo o Estado o convênio assinado ontem com uma entidade da sociedade civil de Bragança Paulista, que administrará a cadeia pública da cidade.
"Espero que essa parceria com Bragança possa fornecer um exemplo a ser seguido pelas outras cidades de São Paulo", disse Covas. O convênio é a primeira iniciativa do gênero no Estado.
A Apac (Associação de Proteção e Assistência Carcerária), formada por moradores de Bragança, receberá R$ 540 mil para gerir a prisão durante este ano.
Elaborado pelo secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, o convênio tem valor igual ao do contrato com a empresa privada que fornecia apenas a alimentação dos presos.
Segundo a Folha revelou em outubro, a Apac enviou proposta ao secretário em que afirmava ser possível gastar a metade desse dinheiro em comida e aplicar o resto em obras de ampliação e programas de recuperação dos detentos.
Cada um dos 150 presos da cadeia custa, em gastos com alimentação, R$ 7,97 por dia. O presidente da Apac, Antonio Pedro Marques, disse que é possível oferecer o mesmo serviço por R$ 4.
O convênio é uma experiência de um ano, segundo o secretário de Segurança Pública, que orientará os futuros projetos do governo estadual. Silva disse também que vai procurar a cúpula do Poder Judiciário no Estado para que um modelo similar ao de Bragança seja implantado em outras cidades.
Para Nagashi Furukawa, juiz de Bragança, a cadeia é um exemplo de que se pode resolver boa parte dos problemas penintenciários.
Desde que iniciou suas atividades em abril de 94, não houve tentativa de fuga. Em 93, esse número foi de sete. Com R$ 39 mil doados pelos moradores da cidade, a cadeia sofreu uma reforma que permitiu acomodar os 150 presos. A capacidade máxima era de 60.

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