São Paulo, terça-feira, 9 de janeiro de 1996 |
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Leia a nota do ex-interventor Esta é a íntegra da nota do ex-interventor Salles Barbosa: Em carta ao presidente do Banco Central do Brasil, comunico minha decisão de devolver-lhe o cargo de interventor. Destaco a colaboração da equipe de funcionários do BC que comigo trabalhou e aponto a grande importância dos técnicos do Swiss Bank Corporation na elaboração do projeto que permitiu a negociação do Banco Econômico S/A com o Banco Excel. Ressalto fatos negociais relevantes e o grande jogo de interesse que permeou o processo, recordando as inverdades veiculadas por interesses dissimulados e contrariados pela firmeza ostentada na condução do processo. Aqui incluo o que se trata como "caso da pasta cor-de-rosa" e a questão com o Grupo Bozano, Simonsen, que alegou, seguidamente, ao contrário do que aconteceu, a dificuldade em ter acesso aos números do Econômico. Neste último caso, é de ser ressaltado que tal grupo jamais teve a intenção de comprar o Banco Econômico; seu objetivo era o de intermediar a venda de ativos. Forneci os números, mas não coonestei com qualquer objetivo que não fosse o de encontrar uma solução que salvasse o Banco Econômico. Não esqueci de ponderar sobre a própria ação do Banco Central no controle e fiscalização do Besa, manifestando minha preocupação pessoal com a repercussão e efeito dessa ação da comunidade e para a economia brasileira, especialmente a baiana. A carta é oficial e somente o seu destinatário tem o direito de divulgá-la na íntegra, se assim julgar conveniente. Cumpri minha missão. Esta intervenção está virtualmente encerrada. Quem falava em liquidação calou-se. Quem pretendia esquartejar o patrimônio do banco, deixando ao povo baiano o esqueleto de sua principal instituição financeira, foi buscar negócios em outras plagas. Tenho a vaidade de acreditar que lutei com obstinação para preservar o Banco Econômico, a segurança de seus empregados e a estabilidade da economia do Estado da Bahia. Tenho orgulho de minha equipe e do apoio recebido dos funcionários da casa. Muitas foram as vezes em que pensei ser melhor entregar o cargo e só não o fiz porque um funcionário do Banco Central do Brasil não retrocede diante de ameaças, pois tem a seu lado a lei, os regulamentos e a tradição do funcionalismo do Banco Central. Agradeço a todos e, especialmente, à sociedade baiana e a seus representantes, que tiveram serenidade e confiança para aguardar a solução finalmente encontrada. Volto para casa. Obrigado. Texto Anterior: Calmon de Sá poderá sofrer indiciamento Próximo Texto: Bolsa paulista tem novo dia de valorização Índice |
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