São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 1996
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Espetáculo enfoca o universo flamenco

JOANA GELPI MARCONDES
DA REDAÇÃO

Peça: "Paixão, Flor de Vênus Furiosa"
Autor: Isabel Scisci
Direção: Julio Sanz
Elenco: Isabel Scisci, Freddy Allan, João Borbonnais, Ney El Moro, Ieda Maria, Laura Romero, Germano Dorna e Eduardo Ramirez
Quando: estréia hoje, às 21h; de qua à sáb, às 21h; dom, às 20h.
Onde: Teatro Paulista (r. do Paraíso, 494, tel. 287-2782, 52 lugares)
Quanto: R$ 30

A Taberna da Lola, uma reprodução autêntica das tabernas espanholas, é o palco da trama de "Paixão, Flor de Vênus Furiosa", peça que estréia hoje, às 21h, no Teatro Paulista.
O espetáculo é um drama romântico, que mescla paixão e ciúme com o universo flamenco. A história se desenvolve a partir do amor proibido entre a cigana Lola e o "gajo" (homem que não é cigano) Pablo de Córdoba.
Em um galpão adaptado, com apenas 52 lugares -divididos em mesinhas para quatro pessoas-, foi construída a taberna.
Para dar mais autenticidade à reprodução da cultura flamenca, a autora Isabel Scisci viajou para a Espanha acompanhada do diretor artístico da peça, Wado Gonçalves. "Foram dez dias de pesquisa intensa", conta a autora.
Na bagagem trouxeram adereços de cena como adagas e luminárias comprados num antiquário em Toledo.
O vestuário feminino do espetáculo foi confeccionado em Sevilha. Entre as peças estão nove vestidos, sendo que cada um tem mais de 40 metros de tecido.
Completando o figurino espanhol, foi comprado em Madri um traje típico de um toureiro falecido na arena durante uma tourada. "Ele ainda estava manchado de sangue", conta Isabel.
Detalhes como música ao vivo, dançarinas de flamenco e uma tábua de queijos acompanhada de vinho sustentam o clima de uma taberna.
A partir do tema paixão e ciúme cigano, -explorado na novela "Explode Coração", com os personagens centrais Dara e Julio Falcão- desenvolvem-se outras tramas do espetáculo.
A paixão proibida dá lugar a um triângulo amoroso formado por Rosa, a filha da cigana Lola, seu marido e o tal "gajo".
Quem narra a história é o neto da cigana, interpretado pelo ator-mirim Fredy Allan, o personagem Zequinha do programa infantil "Castelo Rá-Tim-Bum", que aproveita para mostrar o resultado de um ano de aulas de dança flamenca.
O diretor da peça é, o não menos espanhol, Julio Sanz, que no decorrer de sua carreira foi, entre outras coisas, diretor do Teatro Municipal de Caracas por cinco anos. No Brasil, trabalhou como ator na peça "Amor Bruxo".
Entre os trabalhos da autora Isabel Scisci, que faz na peça o papel de Rosa, a filha da cigana, está a adaptação de "As Meninas", de Lígia Fagundes Telles, para o teatro. As coreografias são de Andréia Guelpa, que trabalha com o grupo Trianna Flamenca.

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