São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996
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População não sabe de 'xiriri', diz Motta

Ministro critica política de juros

DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, encarnou ontem o papel de apaziguador em meio ao "tiroteio" envolvendo ministros, líderes governistas e o próprio Palácio do Planalto.
Na opinião de Motta, não há crise no governo e a população não se importa com casos como o do Sivam e da pasta rosa ou qualquer outro "xiriri".
"Não vejo nada de tiroteio. Vejo o governo unido, os resultados do ano passado foram excepcionais. Os ministérios estão unidos e o Congresso está trabalhando, enchendo a votação das reformas", disse à Folha.
Motta discursou ontem para uma platéia formada basicamente por políticos e empresários durante a posse do novo presidente da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), Amilcar Gazaniga, ligado ao PPB de Santa Catarina.
Hoje, segundo o ministro das Comunicações, o sinal de consenso no governo e de perspectivas "excelentes" em 96 podem ser percebidos por quem viajou nas férias de final de ano. "Quem viajou percebeu como as comunidades carentes estão muito mais otimistas."
"Pergunta para alguma população se sabe o que é pasta rosa, Sivam, xiriri (a palavra não consta do dicionário). O povo quer saber de qualidade de vida, investimentos", disse.
Desde o início da semana, o governo está às voltas com as críticas de vários ministros e parlamentares a atitudes adotadas no governo.
Andrade Vieira (Agricultura) atacou a atuação do Banco Central pela proposta de redução do número de bancos e pela política de juros altos.
O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), criticou o ministro da Saúde, Adib Jatene, dizendo que o setor ainda não mostrou resultados para a população.
No seu discurso, Motta chegou a afirmar que a política de juros altos adotada pelo governo "prejudica" a atividade econômica.

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