São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996
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Coordenador do projeto vê falha em licitação

DA SUCURSAL DO RIO

O coordenador do projeto, Fernando Mac Dowell, 50, reconhece a existência de problemas no andamento das obras. Mas, para ele, a culpa é do governo anterior.
"Quando entrei, em fevereiro de 95, isto aqui estava uma loucura", diz. Segundo ele, não havia nem sequer um planejamento adequado das obras e despesas previstas para o programa no Orçamento do Estado.
Mac Dowell diz que manda checar qualquer denúncia de obra malfeita -obrigando a empreiteira a refazer o serviço, se for o caso. Ele disse desconhecer os casos levantados pela Folha.
Segundo ele, um dos problemas foi a concorrência feita pelo governo de Leonel Brizola (PDT). Os preços das empreiteiras vencedoras, para a execução das obras, estariam 50% abaixo da realidade.
Ele afirma que, com o congelamento dos preços com o plano Real, empreiteiras ficaram descapitalizadas, sem ter como tocar as obras no ritmo desejado.
Algumas, como a Concic, cancelaram o contrato. Como em dezembro saiu o primeiro reajuste autorizado dos preços das obras, de cerca de 27%, Mac Dowell crê que o ritmo vai se acelerar em 96.
Mas há outros problemas. Segundo Mac Dowell, o Estado não tem dinheiro para bancar sua contrapartida no programa. Por isso, busca alternativas, como negociar um financiamento.
Para piorar, segundo ele, a contrapartida do governo não será de US$ 193 milhões, como previsto, mas de US$ 230 milhões, devido ao pagamento de impostos.
Mac Dowell diz que o governo só tem de pagar os impostos por causa do modo como foi feita a concorrência. De acordo com ele, se ela fosse feita diferentemente, o BID financiaria tudo.

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