São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996 |
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Juro recua no mercado futuro e dólar sobe
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
O ministro Sergio Motta declarou que a taxa de juros média do ano será de 12%. A meta é incompatível com o ritmo de queda ditado pelo BC (Banco Central). Para os analistas, as declarações do ministro fazem parte do show. Embora as declarações possam ter servido de pretexto para algum movimento especulativo, a queda dos juros no mercado futuro (de 2,43% de taxa efetiva para 2,41%, significativa para janeiro) teve dois outros motores. O primeiro é que o Tesouro divulgou o edital do leilão de amanhã propondo vender mais ou menos a mesma quantidade de títulos do que os que serão resgatados. Ou seja, o leilão não vai, como se previa, "enxugar" o mercado. O segundo é que não eram corretas as previsões de um estreitamento importante da liquidez (que faria o juro subir). O BC foi obrigado a tomar dinheiro emprestado. As declarações, porém, revelam que o juro alto está na alça de mira. E deve continuar. Até porque, com o Real baseado na âncora cambial, o juro praticado pelo BC esfola e mata mesmo. A queda dos juros no futuro é um dos motivos que explicam a alta do dólar (também no futuro) -já que o preço do dólar, estimam, teria que contrabalançar a perda dos exportadores com o juro menor. Não é o único. É feriado segunda-feira nos EUA -o que explica a pequena elevação das cotações no dia, já que o exportador perde um dia- e, especula o mercado, o BC poderia aproveitar-se da data para mexer na "minibanda" cambial. Bastou um dia com o cenário internacional relativamente mais calmo, para que Bolsas -a paulista subiu 2,73%- e títulos da dívida fechassem em alta. No caso do C-Bond, que atingiu o patamar recorde, além da demanda de estrangeiros, o mercado comemora as implicações de um projeto de lei que permite que a Itaipu pague dívidas com o Tesouro em títulos da dívida. O ganho com o deságio seria rachado entre ambos. Se a moda pega... Texto Anterior: Alcides Diniz vende terreno para a Globo Próximo Texto: Varig muda moeda de sua dívida externa Índice |
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