São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996 |
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Futebol brasileiro vive momento especial
JUNINHO
Na minha opinião, o futebol brasileiro vive um momento especial. O que chama atenção é a quantidade de jogadores jovens que estão surgindo. Houve uma época em que não havia tantos jogadores novos com nível de seleção. Quando houve o amistoso contra a Argentina, por exemplo, as pessoas ficaram preocupadas porque o Romário e o Bebeto não iriam jogar e, no entanto, a seleção venceu. Quanto mais os jogadores são trocados, parece que a seleção fica melhor. No momento, o Brasil tem condições de fazer duas seleções para disputar torneios internacionais. Isso é muito positivo. A Copa Ouro, portanto, é uma boa chance para o Zagallo experimentar novas formações para a seleção brasileira. Ele pode testar novas opções e definir uma seleção jovem que seja a melhor possível. É óbvio que fico triste de não poder jogar a Copa Ouro, mas vejo esse lado positivo. Dos "estrangeiros", só o Caio, da Inter de Milão, foi convocado. Não sei se foram os clubes que não quiseram ceder os jogadores ou se foi o Zagallo que optou por não nos convocar. De qualquer forma, tenho de entender a posição do meu atual time, o Middlesbrough. Se eu fosse para a Copa de Ouro e também para o Pré-Olímpico, o que espero que aconteça, ficaria quase dois meses sem jogar o Campeonato Inglês. É sempre bom jogar com a seleção brasileira, mas, às vezes, as situações não permitem que as coisas aconteçam da maneira como a gente quer. Acho, entretanto, que o fato de estar jogando na Europa não prejudica meu futuro na seleção. O Zagallo está vendo todos os jogadores, independente de onde eles estão atuando. Em relação ao Pré-Olímpico, temos todas as condições de garantir uma das vagas, se repetirmos o sucesso que tivemos na Copa Umbro e na Copa América. O Zagallo está montando um estilo de jogo que deixa os jogadores à vontade. É um jogo ofensivo, que dá liberdade de atacar, sem, é lógico, descuidar da defesa. Não é um esquema preso, limitado ao meio-de-campo. Cada um faz seu melhor jogo, respeitando, é claro, as orientações do treinador Zagallo. Gostaria de desejar o melhor para a seleção brasileira nesta Copa Ouro. Como as pessoas têm dito, a seleção já começa com um bom astral pelo fato de os jogos acontecerem em Los Angeles, onde ganhamos a Copa do Mundo de 1994. Só isso, entretanto, não basta. Na hora de pisar no gramado, é melhor esquecer a sorte. Cada jogador precisa jogar o que sabe. Osvaldo Giroldo Jr., o Juninho, 22, é meia-atacante do Middlesbrough, da Inglaterra Texto Anterior: Jamelli não teme estréia Próximo Texto: O trio de ouro Índice |
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