São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996
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Futebol brasileiro vive momento especial

JUNINHO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A Copa Ouro, que começa hoje, em Los Angeles, é importante para que a seleção brasileira se prepare para o Torneio Pré-Olímpico, que será disputado em fevereiro, na Argentina. Esses jogos podem ajudar o Brasil da mesma maneira que a Copa Umbro, em junho de 1994, na Inglaterra, contribuiu para o bom desempenho de nossa seleção na Copa América.
Na minha opinião, o futebol brasileiro vive um momento especial. O que chama atenção é a quantidade de jogadores jovens que estão surgindo. Houve uma época em que não havia tantos jogadores novos com nível de seleção. Quando houve o amistoso contra a Argentina, por exemplo, as pessoas ficaram preocupadas porque o Romário e o Bebeto não iriam jogar e, no entanto, a seleção venceu.
Quanto mais os jogadores são trocados, parece que a seleção fica melhor. No momento, o Brasil tem condições de fazer duas seleções para disputar torneios internacionais. Isso é muito positivo.
A Copa Ouro, portanto, é uma boa chance para o Zagallo experimentar novas formações para a seleção brasileira. Ele pode testar novas opções e definir uma seleção jovem que seja a melhor possível.
É óbvio que fico triste de não poder jogar a Copa Ouro, mas vejo esse lado positivo. Dos "estrangeiros", só o Caio, da Inter de Milão, foi convocado. Não sei se foram os clubes que não quiseram ceder os jogadores ou se foi o Zagallo que optou por não nos convocar. De qualquer forma, tenho de entender a posição do meu atual time, o Middlesbrough.
Se eu fosse para a Copa de Ouro e também para o Pré-Olímpico, o que espero que aconteça, ficaria quase dois meses sem jogar o Campeonato Inglês.
É sempre bom jogar com a seleção brasileira, mas, às vezes, as situações não permitem que as coisas aconteçam da maneira como a gente quer.
Acho, entretanto, que o fato de estar jogando na Europa não prejudica meu futuro na seleção. O Zagallo está vendo todos os jogadores, independente de onde eles estão atuando.
Em relação ao Pré-Olímpico, temos todas as condições de garantir uma das vagas, se repetirmos o sucesso que tivemos na Copa Umbro e na Copa América.
O Zagallo está montando um estilo de jogo que deixa os jogadores à vontade. É um jogo ofensivo, que dá liberdade de atacar, sem, é lógico, descuidar da defesa. Não é um esquema preso, limitado ao meio-de-campo. Cada um faz seu melhor jogo, respeitando, é claro, as orientações do treinador Zagallo.
Gostaria de desejar o melhor para a seleção brasileira nesta Copa Ouro.
Como as pessoas têm dito, a seleção já começa com um bom astral pelo fato de os jogos acontecerem em Los Angeles, onde ganhamos a Copa do Mundo de 1994. Só isso, entretanto, não basta.
Na hora de pisar no gramado, é melhor esquecer a sorte. Cada jogador precisa jogar o que sabe.

Osvaldo Giroldo Jr., o Juninho, 22, é meia-atacante do Middlesbrough, da Inglaterra

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