São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996
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Herzog dirige 'Tannhäuser' no Municipal

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

O cineasta alemão Werner Herzog, 53, deverá ser a principal personalidade da temporada deste ano do Municipal de São Paulo.
Ele aceitou o convite do maestro Isaac Karabtchevsky, diretor musical do teatro, para a direção cênica da ópera "Tannhäuser", de Richard Wagner (1813-1883), programada para o final de julho.
Karabtchevsky telefonou na última terça-feira de Veneza, onde também é diretor artístico do Teatro La Fenice, para anunciar ao secretário municipal da Cultura, Rodolfo Konder, que o Municipal poderia contar com a contratação do cineasta e diretor.
A prefeitura diz não poder ainda informar o quanto Herzog receberá por seu trabalho.
Sua última experiência em cena lírica ocorreu em 1994, ao dirigir "O Guarani", do brasileiro Carlos Gomes (1836-1896), na Ópera de Bonn (Alemanha). Deverá levar este ano a mesma produção para Washington.
Werner Herzog é o autor de filmes como "Aguirre, a Cólera dos Deuses" (1972) e "O Enigma de Kaspar Hauser" (1974). A exemplo de Bergman ou Franco Zefirelli, divide sua carreira entre o cinema, o teatro e espetáculos líricos.
Para sua montagem em São Paulo ele trará como cenógrafo Maurizio Ballò.
"Tannhäuser" (WWV 70) é a segunda das dez grandes óperas legadas por Wagner. Estreou em 1845 e narra a história de um cavaleiro e menestrel que abandona sua donzela, Elizabeth, e se entrega aos prazeres da deusa Vênus. Arrepende-se, mas já é tarde para obter uma indulgência papal.
Além desta ópera, o Municipal programou para 1996 dois outros espetáculos líricos: "Turandot", de Puccini, em outubro, e "La Traviata", de Verdi, em novembro. Em agosto, uma quarta produção, "Falstaff", de Verdi, será apresentada como concerto.
Outra novidade de peso está na vinda em maio, e pela primeira vez ao Brasil, da Gewandhaus de Leipzig. Criada há 215 anos, ela é considerada uma das mais homogêneas, ecléticas e bem-preparadas orquestras alemãs.
A Gewandhaus, que integra a temporada da Sociedade de Cultura Artística -com programação ainda não divulgada integralmente-, foi uma das poucas orquestras do Leste Europeu a excursionar com frequência no Ocidente antes da reunificação alemã.
Ela estará sendo regida por seu diretor musical, Kurt Mazur, que acumula a mesma função na Filarmônica de Nova York. Também da ex-Alemanha Oriental, estará se apresentando, em março, a Sinfônica de Berlim, na programação dos Concertos Vinólia.

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