São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 1996
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Sindicato diz que propaganda é enganosa

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O Conar (Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária) acolheu representação do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul que acusa de "propaganda enganosa" a campanha institucional que está sendo veiculada sobre o SUS (Sistema Único de Saúde).
O sindicato pede ao Conar a retirada dos anúncios, veiculados em revistas, TVs e jornais. A entidade também ingressará na Justiça Federal, na próxima semana, com uma ação pedindo a suspensão da campanha. O Conar já enviou notificação ao Ministério da Saúde, responsável pelos anúncios.
O ministério, após receber a notificação, terá cinco dias úteis para apresentar sua defesa. Posteriormente, o caso será relatado e votado pelo conselho. Até ontem à tarde, o ministério não havia sido notificado. A campanha, cujo slogan é "SUS - já que ele é seu, é bom saber o que é", diz, entre outras coisas, que o sistema oferece "consulta, atendimento de emergência, internação, serviço hospitalar diário, além de casos especiais, como transplantes".
Os anúncios dizem ainda que "nos postos ou centros de saúde, as pessoas tratam mais da saúde do que das doenças". Nesses locais "são feitas as vacinações, o controle pré-natal e as consultas".
O sindicato, na representação ao Conar, alega que "inexistem postos de saúde adequados" e que notícias mostram "filas intermináveis, pessoas morrendo às portas de hospitais por falta de vaga".
A entidade disse que, caso fosse verdade o atendimento pré-natal, o índice de cesarianas no Brasil cairia para os dos países desenvolvidos. Segundo o sindicato, mais de 70% das gestantes recebem assistência médica pela primeira vez quando estão prestes a dar à luz.
A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde disse ontem que as áreas jurídica e técnica analisarão as alegações do sindicato, após o recebimento da notificação do Conar. A assessoria disse que o ministério apresentará defesa.
O presidente em exercício do sindicato dos médicos gaúchos, Francisco Reverbel, disse que representantes da categoria em outros Estados informaram que também desejam agir para que a campanha seja suspensa.

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