São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 1996
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Boxe nacional tenta chegar a Atlanta com feijão e arroz

EDGARD ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A alimentação é o fraco dos integrantes da seleção brasileira de boxe, que importou técnicos de Cuba, o centro mais desenvolvido do mundo no esporte, para se preparar ao Pré-Olímpico da América do Sul, em março.
"Acreditamos poder classificar até nove pugilistas para Atlanta", prevê Ulisses Pereira, 32, um dos técnicos da equipe, praticamente definida para o Pré-Olímpico.
A seleção -15 pugilistas- está treinando desde julho, mas ainda é preciso corrigir deficiências no plano de trabalho.
"A comida é boa para uma pessoa normal. Atleta necessita de uma alimentação especial", reclama o cubano Francisco García, 36, que veio ao Brasil com o compatriota Juan Carlos de Barros para orientar a seleção.
Para García, os brasileiros ainda precisam "treinar muito" e devem se adaptar ao sistema eletrônico de contagem de pontos (veja quadro ao lado) a ser usado em Atlanta.
O respaldo da dupla faz parte de um intercâmbio entre a CBP (Confederação Brasileira de Pugilismo) e a Federação Cubana de Boxe.
Ulisses Pereira acredita que o problema será superado brevemente. "Vamos receber vitaminas e suplementação alimentar. Passamos a contar com uma nutricionista, que ficou de providenciar esse reforço", disse.
Até agora, no entanto, a nutricionista apenas deu orientações teóricas sobre o tipo ideal de alimentação, mas a comida oferecida aos pugilistas continua a mesma.
A equipe brasileira está concentrada e treinando em Santo André (20 km ao sul de São Paulo). As despesas são patrocinadas pela Prefeitura local, cujo Departamento de Esportes apóia atletas de várias modalidades.
"Estamos providenciando também uma nutricionista da Prefeitura para refazer o cardápio dos atletas", afirmou Ricardo Fino, 36, diretor do Departamento de Esportes de Santo André.
Segundo ele, o alojamento municipal tem atletas de várias modalidades e o cardápio deve ser específico para cada uma delas. "O projeto é novo e vamos adaptá-lo às necessidades", disse Fino.
A CBP luta contra a falta de verba, afirma o presidente da entidade, o empresário Joani Antonio Palmeira, dono da Drible, fabricante de material esportivo.
Apesar das dificuldades, a CBP tenta viabilizar um estágio da equipe em Cuba, em fevereiro.

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amanhã a continuação da série sobre as chances do Brasil em Atlanta

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