São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 1996
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Gonzales-Torres fez intervenções na cena urbana

PAULO CAMARGO
DA REDAÇÃO

O artista plástico cubano Felix Gonzales-Torres, morto na última quarta, vítima de Aids, era considerado um dos mais inventivos e questionadores de sua geração.
Fotógrafo e escultor, ele fazia questão que suas obras não se restringissem aos limites das salas dos museus ou das galerias de arte. Desde 1987, alternava exposições em espaços convencionais com intervenções no cenário urbano.
Suas instalações invadiam as calçadas de grandes cidades do mundo e podiam utilizar desde pilhas de folhas de papel impresso até montanhas de doces.
Os outdoors eram uma marca registrada de sua obra, que desconhecia a fronteira entre o privado e o público.
Muitos desses trabalhos abordavam assuntos polêmicos como a escalada da violência armada nos Estados Unidos e a epidemia da Aids.
Em novembro de 1995, para divulgar a exposição "Das Américas 2", o Masp (Museu de Arte de São Paulo) espalhou outdoors de sua autoria pelas ruas da cidade.
Sua participação na mostra foi no mínimo inesperada.
Ele colocou, sobre um pedestal de madeira iluminado, um go-go boy dançando 15 minutos por dia, com apenas uma sunga prateada e um fone de ouvido.
Também no ano passado, o Museu Salomon R. Guggenheim de Nova York expôs a mostra retrospectiva "Felix Gonzales-Torres".
Ele já havia exposto seu trabalho em mostras individuais em Nova York, no The New Museum of Contemporary Art (1988) e no Museu de Arte Moderna (MoMa, 1992).

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