São Paulo, quarta-feira, 17 de janeiro de 1996
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"Eu vou continuar morando onde estou"

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Henrique Amaral disse que os ladrões queriam levá-lo como refém após o roubo. "Enquanto estávamos cercados, pediam que eu ficasse calmo."
A seguir, trechos da entrevista que ele concedeu no Departamento de Prevenção a Crimes Contra o Patrimônio da Polícia Civil.
(MG)
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Pergunta - Como começou o assalto?
Henrique Amaral - Eles me renderam quando eu estava falando com minha mulher pelo celular. Disse para ela que estava sendo assaltado e que ia desligar, mas deixei o telefone ligado.
Pergunta - O que os assaltantes queriam?
Amaral - Queriam dinheiro. Quando acharam o cofre, pediram a combinação. Disse que não sabia e que o cofre estava vazio, mas eles não queriam acreditar. Depois, queriam me lavar como refém durante a fuga.
Pergunta - Eles ameaçaram matar o senhor?
Amaral - Não. Pelo contrário: um deles (Marcos Oliveira) ameaçou se matar caso a polícia invadisse o lavabo.
Pergunta - O que eles falavam para o senhor enquanto o mantinham como refém?
Amaral - Eles contaram a vida deles. Um justificou o assalto dizendo que a mulher havia tido um filho prematuro e que estava sem dinheiro. Outro disse que já havia sido interno da Febem. Também pediram que eu ficasse calmo.
Qual foi o momento de maior tensão durante o assalto?
Amaral - Quando um helicóptero parou em cima de casa. Eles ficaram nervosos, e você se apavora por eles, ao perceber que quem está com o revólver ficou exaltado.
Pergunta - Eles chegaram a roubar alguma coisa do senhor?
Amaral - Pegaram só minha carteira com cartões de crédito, que foram devolvidos pela polícia.
Pergunta - O senhor pretende mudar de casa após o assalto?
Amaral - Não. Eu vou continuar morando onde estou.

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