São Paulo, quarta-feira, 17 de janeiro de 1996
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Tênis de mesa do Brasil luta contra a falta de renovação

ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

A falta de renovação é a principal ameaça ao futuro do tênis de mesa brasileiro, que classificou uma equipe completa (dois homens e duas mulheres) para a Olimpíada de Atlanta. A conclusão é dos principais dirigentes e treinadores do esporte no país.
Em Atlanta, o Brasil terá os mesmos jogadores que participaram dos Jogos de Barcelona, em 1992 -Hugo Hoyama (26 anos, 77º do ranking mundial), Cláudio Kano (30, 95º), Mônica Doti (25, 158º) e Lyanne Kosaka (21, 175º).
Mais uma vez, porém, eles têm poucas chances de obter resultados expressivos.
Diante disso, os dirigentes já iniciaram um trabalho de base, com garotos de 10 a 13 anos, visando a Olimpíada de 2004.
"Apostamos tudo na atual geração, mas ela, apesar de liderar o ranking pan-americano, não atingiu o primeiro nível do tênis de mesa mundial, que era o nosso objetivo", disse Francisco Camargo, diretor-técnico da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTN) e treinador da seleção.
"Por erros de todos nós, não está havendo renovação, só estagnação. Com um projeto de massificação e descoberta de valores, esperamos mudar isso", acrescentou.
O trabalho de reestruturação da CBTN já está em andamento. O primeiro "fruto" é a amazonense Lígia Santos, 14, terceira colocada no Aberto da França, em 1995.
Na próxima semana, o técnico francês Michel Gadal, considerado o melhor do mundo, chega ao Brasil. Ele ficará no país por duas semanas, ministrando clínicas aos mesa-tenistas iniciantes.
Lutando contra o descrédito dos dirigentes, Hugo Hoyama, Cláudio Kano, Mônica Doti e Lyanne Kosaka se preparam para Atlanta.
O principal objetivo dos mesa-tenistas brasileiros na Olimpíada, de acordo com os próprios atletas, é passar para a segunda fase -fato inédito- e ficar entre os 16 melhores atletas do mundo.
"Eu já acho que dá para surpreender e disputar medalha. O equilíbrio é grande", disse Hugo Hoyama, melhor jogador do país e, segundo Camargo, única real esperança brasileira em Atlanta.

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