São Paulo, quarta-feira, 17 de janeiro de 1996
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Vice dos EUA fala em paz com Síria neste ano

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL

O vice-presidente norte-americano, Al Gore, tratou ontem, ao encerrar sua visita a Israel, de estimular ao máximo as negociações de paz entre israelenses e sírios, com a seguinte mensagem:
"Os EUA têm um compromisso de ferro com a segurança e o bem-estar de Israel, à medida que assume riscos ao negociar a paz."
Um acordo Israel/Síria é decisivo para uma paz abrangente no Oriente Médio. Gore chegou a prever que o acordo poderá ser alcançado até o fim do ano.
Parece pouco provável: nos acordos reservados com autoridades israelenses, o secretário americano de Estado, Warren Christopher, admitiu estar decepcionado com as conversas mantidas com os sírios, na semana passada.
É uma versão diferente do relativo otimismo que Christopher vende à mídia.
Os israelenses, sempre cautelosos na avaliação das negociações, acrescentam dificuldades a um eventual acordo. O chanceler Ehud Barak diz que as águas do lago Kinneret e do rio Jordão permanecerão sob controle israelense, qualquer que seja o acordo.
A bacia do rio Jordão é uma das três (as outras são as do Nilo e do Eufrates) que abastecem o Oriente Médio, região que dispõe de metade da água de que necessita.
Já os palestinos torcem para que o acordo Síria/Israel demore o mais possível, por mais que Gore tenha chamado Arafat de "amigo", no encontro de ontem.
Temem perder a única fonte de pressão sobre Israel, já que os demais vizinhos (Jordânia e Egito) já cessaram o estado de guerra com o Estado judeu e o Líbano é, na prática, um protetorado sírio.
Sem a pressão da Síria, os palestinos temem a repetição de incidentes como o de ontem: Israel bloqueou militarmente a cidade predominantemente palestina de Belém (10 km ao sul de Jerusalém), depois que um cidadão israelense foi baleado anteontem ao deixar uma loja de cerâmica.
(CR)

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