São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 1996
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Venda de alimentos supera previsão

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Fabricantes de alimentos industrializados estão mais do que satisfeitos com o volume de encomendas do comércio na primeira quinzena de janeiro.
A necessidade de recompor os estoques -que baixaram rapidamente com a corrida às compras na virada do ano- e a relativa estabilidade dos preços estão fazendo com que os supermercados encomendem um volume maior do que a expectativa da indústria.
"Na primeira semana de 96, a demanda foi muito boa, com volume de pedidos de igual para maior em relação ao mesmo período do ano passado", diz Edmundo Klotz, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia).
As indústrias que beneficiam arroz, por exemplo, tiveram volume de compras 30% maior nos primeiros 15 dias deste mês na comparação com janeiro de 95.
"Esse comportamento é totalmente atípico nesta época do ano", diz Nilo Trevisan, presidente do Sindicato das Indústrias do Arroz do Rio Grande do Sul.
Jair Paludo, diretor comercial da Chapecó, diz que o volume de encomendas dos produtos industrializados de carne está muito bom para o mês de janeiro.
Tanto é que a empresa ocupa hoje 100% da sua capacidade instalada para produzir salsichas, linguiças e presuntos. Normalmente em janeiro, a fábrica opera com 80% da capacidade nessas linhas.
Antonio Zambelli, diretor de marketing da Perdigão, confirma o aumento de 2% no volume pedidos. Nas duas primeiras semanas de janeiro em relação ao mesmo período de 95.
Na opinião de Ronald Rodrigues, diretor de assuntos corporativos da Gessy-Lever, houve rumores que exageraram as dificuldades. "Isso não aconteceu. No último trimestre de 95, as vendas se superaram mês a mês."
Rodrigues diz que a demanda por alimentos e produtos de higiene pessoal e limpeza está muito boa neste começo de ano.
Apesar do aquecimento inesperado na primeira quinzena de janeiro, a indústria de alimentos não acredita que esse aumento se sustente até o final do mês.
O economista Mailson da Nóbrega, presidente do BMC e ex-ministro da Fazenda, concorda. Segundo ele, não existem hoje fatores, como a recuperação de salários e dissídios, que indiquem o crescimento das vendas neste mês.
Para o economista, esse aumento no volume de encomendas reflete a recomposição dos estoques que se esgotaram em dezembro. "Para o comércio, virar o ano com estoques é mortal."

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