São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 1996
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Artista serve mesa e faz show em bar

LUÍS PEREZ
DO ENVIADO ESPECIAL

Nada de garota de Ipanema. O negócio são "las chicas de la Recoleta", uma espécie de Jardins argentino -em alusão ao bairro com intensa vida noturna na zona oeste de São Paulo.
Um dos mais novos restaurantes dançantes do local é o Negroni, onde trabalham garçons-artistas.
São malabaristas, pintores e até um sambista brasileiro, Nilson Glória, 30, um baiano que está na Argentina há quatro meses. "Aqui é pura juventude. Só me falta fazer uma noite totalmente baiana", diz.
"A casa tem apenas seis meses e já faz um grande sucesso, principalmente com nossos garçons, que cantam, dançam, fazem gags e outras coisas", afirma Diego Sucallsca, 30, o dono.
"Não fotografe agora, espere ficar pronto", reclamou a pintora Diana Marchietti, 21, que desenhava um nu feminino no intervalo entre servir uma mesa e outra.
"Aqui é assim: o tempo que sobra usamos para servir mesas ou, o contrário, fazer números artísticos", diz Gustavo, malabarista.
A noite no Negroni começa comportada. Depois, ao som de "Uma Brasileira", do grupo Paralamas do Sucesso, exaustivamente executado há pelo menos seis meses -interpretado ao vivo por um grupo musical na casa-, as pessoas começam a dançar.
A noite termina com as pessoas sobre as mesas, dançando ao som de outro hit, dessa vez "No te Preocupes", de Blancarena, que já chegou às rádios do Brasil.
Mercedes Hunter, 19, Alejandra Lopez, 24, e Amancay Juárez, 21, trabalham juntas e costumam frequentar a Recoleta à noite para um "levante" -gíria que significa dançar junto, dar um beijo e terminar a noite com outra pessoa.
"A mistura de ritmos aqui é bárbara", comemora Alejandra. Pessoas de todas as idades frequentam a Recoleta.
Também um contingente teen costuma invadir bairros mais distantes do centro, como La Boca e San Telmo. "São dois dos lugares que mais gosto na cidade", atesta Laura Kalauz, 20.
As antiguidades da feira de San Telmo, todo domingo, também são programas indispensáveis para quem vai conhecer artistas, músicos e bailarinos, que se encontram nos arredores da praça Dorrego.
La Boca se diz berço do tango, ritmo mais típico do país.
(LPz)

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