São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 1996
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PMDB dá o preço de seu apoio a FHC

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PMDB apresentou ontem ao presidente Fernando Henrique Cardoso o preço do seu apoio ao governo.
O partido pediu a liberação de um crédito especial de R$ 115 milhões para o Ministério dos Transportes, comandado pelo peemedebista gaúcho Odacir Klein.
Segundo relato de seus líderes, teria recebido a promessa de que a verba será liberada.
Durante almoço no Palácio da Alvorada, os líderes do partido cobraram a liberação de mais recursos para a pasta de Klein.
O vice-líder Geddel Vieira Lima (BA) disse a FHC que o Congresso havia aprovado, em dezembro, um crédito especial para o Ministério dos Transportes.
Segundo ele, a área econômica estaria segurando a liberação dos recursos.
O presidente nacional do PMDB, Paes de Andrade, disse que Fernando Henrique teria se dirigido ao líder do governo na Câmara, Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), e recomendado que entrasse em contato com a área econômica.
Logo após o almoço, o líder do partido na Câmara, Michel Temer (SP), procurou a equipe econômica para tratar do assunto. Segundo relato de Temer, ele teria recebido a informação de que a verba seria liberada.
O líder do PMDB disse que recebeu a informação de que a primeira parcela pode ser liberada na próxima segunda-feira. A segunda, no início de fevereiro.
Semana do PMDB
O presidente do partido, Paes de Andrade, disse que a chamada "semana do PMDB" foi proveitosa por dois outros motivos.
"Primeiro, o presidente disse que não vai aos palanques nas eleições municipais, que não haverá uso da máquina do governo e que nenhum ministro participa das eleições", afirmou.
Depois, citou o segundo motivo: "Ele disse que vai dar um basta ao processo de aliciamento de deputados do PMDB pelo PSDB, o que consideramos agressivo ao partido."
Na semana passada, antes da série de encontros, Paes se reuniu com os líderes dos partidos de oposição e defendeu o fim da saída dos ministros do PMDB com o governo.
Temer disse que os encontros com FHC foram produtivos: "Serviu para que o governo demonstrasse que o partido é importante para o governo". Anteontem, em entrevista coletiva, o presidente disse que procurou o PMDB porque precisava do apoio do partido. O deputado afirmou também que a relação com o governo continua a mesma: "O PMDB continua apoiando, mas mais reconhecido pelo governo."
No almoço, os governadores deram apoio à quebra da estabilidade dos servidores públicos, uma medida contestada pelos líderes do PMDB no Congresso. FHC propôs que os governadores façam uma reunião para pressionar o relator Moreira Franco (PMDB-RJ).

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