São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 1996
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Molins firma acordo inédito com empregados

MARCELO MOREIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

A empresa Molins, de Mauá (município da Grande São Paulo), anunciou ontem a redução e a flexibilização da jornada de trabalho para os seus 380 funcionários.
É a primeira empresa do setor de máquinas no país a adotar o esquema de flexibilização de jornada, em acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD.
A Molins, que fabrica equipamentos para indústrias de cigarros, também é a primeira empresa do ABCD a acertar um acordo de estabilidade recíproca de emprego com o sindicato. Ou seja, a empresa garante o emprego por seis meses e os 168 funcionários da produção se comprometem a não pedir demissão por seis meses.
"Esta foi a solução encontrada pela empresa para reduzir custos sem ter que demitir funcionários", disse o gerente comercial, Fábio de Souza.
Pelo acordo, a jornada de trabalho será reduzida a partir de julho de 44 horas para 42 horas e meia semanais. Em janeiro de 1997, será reduzida para 40 horas.
Quando a produção estiver aquecida, a jornada será flexível, com um máximo de 44 horas de trabalho semanais e um mínimo de 36 horas.
Outro ponto do acordo é o fim do pagamento mensal de um prêmio de produtividade aos funcionários da produção. Com a extinção deste prêmio, a empresa pagará uma indenização a estes funcionários de R$ 1,1 milhão.
Cada um dos 168 funcionários receberá a indenização de acordo com sua produtividade. O valor máximo a ser pago será de R$ 12,7 mil e o mínimo, de R$ 700,00.
A Molins também voltará a ter comissão de fábrica e se compromete a discutir a participação dos funcionários no lucro da empresa.
"Foi um acordo bom dentro das circunstâncias. A Molins preferiu negociar a demitir arbitrariamente e fechar a empresa, como outras fizeram", disse Carlos Alberto Grana, secretário-geral do sindicato dos trabalhadores.

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