São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 1996
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Importação gera déficit de US$ 3,1 bi em 95

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As importações brasileiras superaram as exportações em US$ 3,157 bilhões em 95. Esse é o terceiro maior déficit registrado pela balança comercial -em 1974, foi de US$ 4,69 bilhões e no ano seguinte, de US$ 3,54 bilhões.
No ano passado, no entanto, a corrente de comércio (soma das exportações e das importações) foi recorde, alcançando US$ 96,169 bilhões (US$ 46,506 bilhões de exportações e US$ 49,663 bilhões de importações).
Em relação a 94, as vendas externas cresceram 6,8%. Naquele ano a exportações foram de US$ 43,5 bilhões. Já as importações foram 50,13% maiores que as de 94, ano em que o país importou US$ US$ 33 bilhões.
Os dados foram divulgados ontem pelo secretário de Política Econômica, José Roberto Mendonça de Barros e pelo secretário interino de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, Hélio Mauro França.
A soma das exportações e das importações em 95 foram também 25,51% superiores ao recorde anterior, verificado em 94, quando a corrente de comércio ficou em US$ 76,6 bilhões.
Mendonça de Barros disse que as importações deverão diminuir no primeiro bimestre deste ano.
"As projeções que fizemos a partir das duas primeiras semanas de janeiro nos permite ser razoavelmente otimistas em 96. A nossa expectativa é de que este ano haverá superávit. Os institutos não-governamentais estimam que o superávit pode ir de US$ 1,5 bilhão a US$ 5 bilhões", disse.
Ele afirmou que a queda da balança agrícola -que este ano deverá sofrer com as importações de trigo, milho e arroz- poderá ser compensada pelas exportações de carros, motivadas pelo acordo da indústria automotiva.
A partir do segundo semestre de 95 as exportações foram superiores a US$ 4 bilhões mensais.
Segundo Hélio França, o desempenho das exportações em 95 foi afetado internamente pelo crescimento da atividade econômica devido ao Plano Real.
Isso fez com que a produção de determinados setores exportadores (siderúrgico, alimentício e de matérias-primas como alumínio, cobre e produtos químicos) fosse desviada para o mercado interno.
Externamente, as exportações foram afetadas indiretamente pelo crescimento "modesto" das economias industrializadas.
A pauta sofreu também uma alteração no seu perfil, em comparação com 94. Os produtos básicos diminuíram de 25,3% para 23,5% e os industrializados passaram de 73,1% para 74,6%.
O maior crescimento das importações foi o dos automóveis. Em relação a 94, essas importações aumentaram 106,7%.
Em dezembro de 95 a balança também foi negativa, com exportações de US$ 3,8 bilhões e importações de US$ 3,9 bilhões.
Em comparação a dezembro de 94 houve crescimento de 4,3% nas exportações (de US$ 3,7 bilhões para US$ 3,8 bilhões) e queda de 13,2% nas importações (de US$ 4,5 bilhões para US$ 3,9 bilhões).

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