São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 1996 |
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Inflação sobe e chega a 1,95% em São Paulo
MAURO ZAFALON
A Fipe atualiza sua taxa de inflação semanalmente, sempre acumulando a variação média dos preços em quatro semanas. A próxima pesquisa, que será encerrada no dia 24, mostrará taxa próxima de 2,1%, segundo estimativas de Heron do Carmo, coordenador do índice de Preços ao Consumidor da instituição. Para o final de mês, o coordenador prevê pequeno recuo na taxa, que deverá ficar, no entanto, acima de 2%. A inflação de janeiro está sendo pressionada basicamente por alimentação, educação e tarifas públicas. Os alimentos estão com alta de 1,57% (0,32% em dezembro), enquanto os gastos dos paulistanos com educação subiram 8,01% (0,57% no mês passado) e os com tarifas, 8,1%. Entre os alimentos, feijão (mais 31%) e produtos "in natura" (3,7%) são os principais destaques do setor. Os industrializados tiveram reajuste de 0,26%. A alta dos alimentos não dura muito, segundo Heron do Carmo. As quedas de preços de feijão e frango no atacado devem ser repassadas para o varejo rapidamente. Os únicos alimentos que ainda devem pressionar são os "in natura". A pressão pode não ser forte porque o clima neste mês está mais favorável para o desenvolvimento da safra do que nos anos anteriores, diz o economista da Fipe. Nos demais setores, a taxa de inflação não tem grandes alterações. O custo de habitação, apesar da pressão das tarifas públicas, se manteve estável em 4,1%. Aluguel, condomínios e serviços domésticos estão pressionando menos do que em dezembro. Após alta de 160% em 95, o custo do aluguel começa a recuar mais acentuadamente. Na segunda quadrissemana deste mês -últimos 30 dias até 15 de janeiro-, o reajuste médio do setor recuou para 3,79%, a menor taxa de variação do Plano Real. O custo dos transportes, após alta de 0,6% em dezembro, está estável, devido à queda dos preços de gasolina, não-cobrança de bandeira dois pelos táxis em janeiro e custo menor do IPVA. Vestuário voltou a registrar queda de preços (2%). Segundo Heron do Carmo é difícil prever o comportamento do setor. Ele pode determinar se a taxa de inflação fica próxima a 2% ou acima em janeiro. Para os próximos meses, a taxa de inflação volta à casa de 1%. Só tarifas públicas e educação, dois itens de peso que devem desaparecer do índice nos próximos meses, participam atualmente com 1 ponto percentual da taxa, diz Heron do Carmo. Sem eles, a inflação estaria abaixo de 1%. IGP-M A Fundação Getúlio Vargas divulgou ontem a segunda prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) para janeiro. A taxa foi de 1,41%. A primeira prévia do IGP-M havia detectado índice de 0,95%. O IGP-M é composto pelo IPA (Índice de Preços por Atacado) que tem peso 60% na composição da taxa e oscilou 1,25%; pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor, peso de 30%, variação de 1,98% e pelo INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), que oscilou 0,52%. Colaborou a Redação Texto Anterior: Superávit é tido como improvável Próximo Texto: Governo prevê taxa "um pouco alta" Índice |
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