São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 1996
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Combate ao desemprego

Na questão do desemprego, o país ainda está às voltas com fatos negativos e promessas esperançosas. É pelo menos melhor, evidentemente, do que se o cenário fosse agravado pelo imobilismo.
Depois dos números sobre as demissões na indústria paulista, o Sinduscon anunciou que a construção civil registra neste início de ano o nível mais baixo de emprego de toda sua história. São 567 mil trabalhadores empregados atualmente, contra 1,13 milhão no início de 1990 e 693 mil há apenas um ano. Esses dados da construção referem-se ao Estado de São Paulo. Mas servem de indicação de um quadro provavelmente geral.
O chamado do ministro do Trabalho a empresários e sindicalistas para buscarem formas de combater o desemprego pode dar início a medidas que, ao menos, atenuem a intensidade do problema. É claro, também pode ser meramente um jogo de cena visando a melhorar a imagem do governo. Se, ao final, nada ocorrer, terá sido a mera repetição do conhecido recurso de "mostrar preocupação", sem os incômodos de tomar iniciativas.
O aumento do desemprego em razão do progresso tecnológico é um fenômeno mundial, para o qual ainda não se encontraram respostas satisfatórias. Ainda assim, ao propor que sejam discutidas a redução dos encargos sobre a folha de pagamentos, a flexibilização dos contratos de trabalho e a redução da jornada, o ministro aponta medidas que podem efetivamente evitar uma falta de vagas ainda maior.
Mesmo que não haja solução definitiva, é melhor um paliativo que a tentativa de negar o problema.

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