São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Governador pode ser acionado na Justiça
GEORGE ALONSO; XICO SÁ
Manoel Gonçalves Ferreira Filho, professor de direito constitucional da USP, afirma que, embora a publicidade tenha sido "inteligente e bem bolada", "foi violado" o artigo 37 da Constituição. O artigo afirma que a publicidade do governo deve ter caráter educativo, informativo ou de origem social e não constar nomes, símbolos e imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. "De forma sutil, é uma propaganda do governador. Não é um verdadeiro 'Diário Oficial' como tenta parecer", diz Ferreira Filho. Ives Gandra Martins, professor de direito constitucional da Universidade Mackenzie, acha que a publicidade de Covas tem "duvidosa constitucionalidade". "Quando a Constituição diz que a publicidade precisa ser informativa, na minha interpretação, é para limitar a publicidade oficial ao essencial, como serviços", afirma. Para Celso Bastos, professor de direito constitucional da PUC, "não se configura inconstitucionalidade". Segundo ele, a publicidade foi feita com "cautela", "no limite" suficiente para evitar aborrecimentos. "A Constituição não veda a publicidade do governo." O advogado Miguel Reale Jr., ex-secretário da Administração de Covas e professor de direito penal da USP, alegou motivos éticos para não opinar. Disse apenas que a questão "fica em zona cinzenta". Ontem, o PT entrou com representação no Ministério Público pedindo apuração do caso. (GA e XS) Texto Anterior: Tiragem de 1,3 milhão custou R$ 687 mil Próximo Texto: Delegado de SP deve ser demitido Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |