São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 1996
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Erro em lei de esterilização não causará 'caça às bruxas'

SILVANA DE FREITAS
ENVIADA ESPECIAL A PETRÓPOLIS

O presidente Fernando Henrique Cardoso não fará "caça às bruxas" para punir o responsável pela recomendação do veto ao artigo que regulamentaria a esterilização na lei sobre planejamento familiar, segundo a sua assessora de imprensa, Ana Tavares.
Ela disse que FHC assumiu pessoalmente o erro anteontem ao decidir pelo recuo ao veto que manteria o impedimento da realização de cirurgias de laqueadura de trompas e vasectomia em hospitais da rede pública.
A lei 9.263 estabelecia alguns critérios para autorizar as operações de esterilização. Homens e mulheres interessados deveriam ter mais de 25 anos e pelo menos dois filhos vivos.
FHC vai agora tentar convencer os congressistas a derrubar o veto, o que só ocorrerá com a maioria absoluta -50% mais um dos votos dos 594 parlamentares.
O coordenador de Saúde Materno-Infantil do Ministério da Saúde, José Formiga, disse que o ministério encaminhou dois pareceres divergentes ao ministro-chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho, responsável por repassar documentos a FHC antes da sanção de uma lei.
Um relatório seria do próprio Formiga pedindo a sanção integral da lei e outro, da consultoria jurídica do órgão, sugeriria haver impedimento legal à regulamentação da esterilização.
Formiga deu essa informação na última segunda, dia em que o texto da lei foi publicado no "Diário Oficial da União". Ele soube do veto por intermédio da Folha e disse ter ficado "surpreso".
Após reunião com assessores diretos do ministro Adib Jatene, o técnico informou sobre o envio dos dois pareceres. Ele disse ter sido responsável pela negociação do texto da lei no Senado como representante do Ministério da Saúde.

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