São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 1996
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DJ Marlboro conta a história do funk no Brasil

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

A trajetória do funk no Brasil está sendo contada em livro pelo DJ Marlboro, Fernando Luís Mattos da Matta, considerado um dos criadores do estilo nacional desse gênero de música.
O livro "DJ Marlboro (por ele mesmo) - o Funk no Brasil", da editora Mauad, com texto organizado pela jornalista Luzia Salles, será lançado hoje a partir das 17h, na discoteca Circus, em São Conrado (zona sul do Rio).
Com ilustrações e um encarte de fotos de Marlboro e amigos, o livro descreve a vida e os 15 anos de profissão do DJ, tendo como pano de fundo histórias sobre o crescimento e a difusão do movimento funk.
Marlboro acredita que as raízes do funk nacional são os bailes de subúrbios e do interior do Rio que, nos anos 60, eram promovidos pelo falecido DJ Big Boy.
O DJ Marlboro afirma que a primeira ponte entre os bailes suburbanos e as discotecas da elite foi pavimentada no final dos anos 70, quando o som da discoteca cansou e ganhou uma batida mais pronunciada, próxima do funk.
Foi no início dos anos 80 que nasceria, nos guetos negros de Miami (EUA), com a invenção das baterias eletrônicas, um estilo de música que se difundiria nos bailes suburbanos do Rio: o rap "Miami Bass".
Um estilo musical que, segundo Marlboro, estourou no Brasil antes dos EUA. Para o DJ, uma explicação para isso pode ser a batida mais grave das baterias eletrônicas, que tem "certa semelhança com o nosso surdo do samba".
Em 87/88, Marlboro diz ter criado a "fórmula certa" para que o movimento funk estourasse de vez no Rio. Usando a batida do "Miami Bass", passou a fazer músicas cantadas -e não faladas, como é comum no rap americano.

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